Bispos mexicanos rejeitam proibição de presépios em espaço público

Reunidos em Assembleia Geral, os Bispos do México se mostraram preocupados com a potencial proibição de presépios em espaços públicos

Redação (11/11/2022 08:00, Gaudium Press) A Suprema Corte de Justiça do México está discutindo um projeto que proíbe por inconstitucionalidade a exposição de presépios em espaços públicos.

A Conferência Episcopal Mexicana (CEM) manifestou grande preocupação e condenou o projeto de resolução, pois “a proibição da representação do nascimento de Jesus, o Natal, é uma tentativa de privar o povo de suas expressões religiosas mais íntimas e sagradas”, explicaram os epíscopos.

Os bispos mexicanos que estão reunidos para a 113ª Assembleia Plenária, desde segunda feira 7 de novembro, explicaram através de Dom Ramón Castro, Secretário Geral, que “o projeto publicado pelo Suprema Corte visa limitar as expressões e manifestações religiosas promotoras da cultura da paz e do amor entre os homens”.

Um retrocesso para o México

O Secretário Geral afirmou ainda que se aprovado, o projeto representaria um retrocesso dos direitos humanos no país: “retrocesso que afetaria gravemente os direitos de todos os crentes, qualquer que seja a religião, proibindo nos locais públicos todo símbolo de caráter religioso especifico”.

Em outras palavras, utilizar crucifixos e imagens de Nossa Senhora de Guadalupe, ou ainda, qualquer outro objeto das diferentes religiões existentes do México, seria um ato inconstitucional.

113a Assembleia Geral da CEM

A Assembleia Geral foi aberta por Dom Rogelio Cabrera López, Arcebispo de Monterrey e Presidente da CEM. Dom Joseph Spiteri, núncio apostólico no México também esteve presente.

A assembleia se reuniu para discutir a construção de uma Igreja discípula e missionária segunda as reflexões do processo sinodal. A liberdade, a reconstrução social e a promoção da paz foram outros dos temas abordados sob os ensinamentos da Doutrina Social da Igreja.

Preocupações sociais e políticas

Dom Castro explicou à agência Vatican News que a Assembleia é importante, sobretudo, na encruzilhada histórica de crises que se acumulam no mundo. Para isso, os Bispos são chamados a enfrentar o desafio “para consolidar o Reino de Deus”, explicou ele.

Com efeito, no segundo dia da Assembleia, os Bispos se reuniram com empresários, políticos, acadêmicos para discutir a situação política e social do México. O Secretário Geral explicou que o contato com essas diferentes figuras permitiu que os Bispos tivessem uma visão mais ampla do panorama, das preocupações e das propostas para a realidade atual da nação. (FM)