“Olhar para a própria vida é indispensável para o discernimento”, afirma o Papa
Em sua catequese, Francisco retomou o ciclo de reflexões dedicadas ao discernimento e recomendou a leitura da vida dos Santos.
Cidade do Vaticano (19/10/2022 15:06, Gaudium Press) Durante a audiência geral desta quarta-feira, 19, o Papa Francisco seguiu o ciclo de reflexões dedicadas ao discernimento. Diante dos fiéis reunidos na Praça de São Pedro, o Santo Padre assegurou que a própria história de vida é um ingrediente indispensável para o discernimento.
O ‘livro’ mais precioso que nos foi confiado
“A nossa vida é o ‘livro’ mais precioso que nos foi confiado, um livro que muitos infelizmente não leem, ou o fazem demasiado tarde, antes de morrer. No entanto, é nesse livro que se encontra aquilo que se procura inutilmente por outros caminhos”, assegurou o Pontífice.
Em seguida recordou de Santo Agostinho, que escreveu no final de suas ‘Confissões’: “Tu estavas dentro de mim, e eu fora. Lá, eu procurava-te. Deformado, lançava-me sobre as belas formas das tuas criaturas. Tu estavas comigo, mas eu não estava contigo”.
Contemplar a Deus na vida pessoal
O Papa alertou que muitas vezes nós vivemos a experiência do Santo de Hipona. Nos encontrarmos presos em pensamentos que nos afastam de nós mesmos, mensagens estereotipadas que nos ferem.
“Ler a própria história significa também reconhecer a presença destes elementos ‘tóxicos’, para depois ampliar a trama da nossa narração, aprendendo a observar outras coisas, tornando-a mais rica, mais respeitadora da complexidade, conseguindo até captar os modos discretos como Deus age na nossa vida”, assegurou.
A importância da vida dos Santos
Ações de Deus que são como pérolas preciosas e ocultas que o Senhor disseminou no nosso terreno. “O bem está oculto, silencioso, requer uma escavação lenta e contínua, pois o estilo de Deus é discreto, não se impõe; é como o ar que respiramos, não o vemos, mas nos faz viver, e só nos damos conta dele quando nos falta”, afirmou Francisco.
Para aprender a “educar o olhar”, Francisco recomendou a consideração das vidas dos Santos, pois elas são “uma ajuda preciosa para reconhecer o estilo de Deus na própria vida: permitem familiarizar-se com o seu modo de agir. O comportamento de alguns santos nos interpela, mostrando-nos novos significados e oportunidades. Foi o que aconteceu, por exemplo, a Santo Inácio de Loyola”, que, quando estava convalescente, leu vidas de Santos e estas lhe animaram em sua conversão. (EPC)
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