Haiti: violência e perseguição religiosa
“A Igreja tornou-se vítima da violência”: incendiaram a catedral, atacaram a sede da Caritas e assassinaram uma religiosa.
Redação (14/10/2022 08:58, Gaudium Press) O Haiti, pequeno país do Caribe, vive uma situação sem precedentes. Está sem presidente desde julho de 2021, quando o presidente Jovenel Moïse foi assassinado, e novas eleições ainda não foram realizadas. A luta pelo poder agravou a violência, desencadeando protestos, caos e extrema violência nas ruas, em um país atormentado pela pobreza e desastres naturais.
Irmã Marcela, religiosa da Fraternidade Franciscana Missionária, concedeu uma entrevista à Fundação Ajuda à Igreja que Sofre, na qual afirmou que “a Igreja tornou-se vítima da violência”: incendiaram a catedral, atacaram a sede da Caritas e assassinaram uma religiosa.
“É uma luta horrível. E quem mais sofre é o povo. A cidade está nas mãos das gangues. As pessoas passam fome. As escolas estão fechadas. Não há trabalho. Os hospitais estão fechando.”
No entanto, para a religiosa, o mais doloroso é a indiferença do mundo: “O pior é que ninguém fala deles. Ninguém sabe o que está acontecendo, não estão interessados no que estamos sofrendo nesse país”.
Perseguição religiosa
Em 25 de junho de 2022, a Irmã Luisa del Orto, religiosa italiana que morava no Haiti há 20 anos, foi assassinada. “Ainda não se sabe por que eles a mataram. Inicialmente disseram que foi um assalto, mas estou convencida de que alguém pagou para matá-la na rua. É realmente um horror”, explica Ir Marcela.
Duas semanas mais tarde, incendiaram a catedral da capital haitiana, e “tentaram matar os bombeiros que chegaram para apagar as chamas. Em seguida, com um caminhão, tentaram destruir as paredes da catedral”, relata a missionária à Fundação AIS.
Ademais, os ataques e agressões a edifícios e organizações religiosas ocorrem em outras partes do país. “Em Port-de-Paix ou Les Cayes, e em outras cidades do país, atacaram os edifícios da Cáritas, levando tudo o que estava lá, toda a ajuda humanitária, e destruindo os escritórios dos seus funcionários”.
A religiosa passou um ano sem poder ir à missa, porque as gangues fecham o bairro e não se pode entrar nem sair.
Cerca de um mês atrás eles incendiaram a capela da Fraternidade Missionária Franciscana. Tudo ficou queimado. Não há altar, bancos… nada. “O Santíssimo Sacramento está seguro, porque por segurança quando eu saio, eu o guardo em outro lugar mais seguro e graças a Deus Ele estava lá”.
Irmã Marcela, a única religiosa da missão, foi para Itália em agosto, e agora esta terrível situação a impede de retornar ao Haiti: “Pediram-me para não voltar, que era melhor esperar um pouco. Há dois meses Irmã Luísa foi assassinada e eles não querem outra irmã mártir nesse país”.
“Por favor, rezem pelo Haiti. Vamos pedir ao Senhor que proteja todos os haitianos e dê paz a este povo”, pediu Ir Marcela.
Com informações ACN Internacional.
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