Nossa Senhora do Pilar: dizer Espanha é dizer Maria
Dom Bernardito Auza repetiu na Basílica Nossa Senhora do Pilar a proclamação de João Paulo II.
Redação (13/10/2022 11:13, Gaudium Press) No dia 12 de outubro, aqui no Brasil, se comemora a Festa da Padroeira Nossa Senhora de Aparecida e, na Espanha, Nossa Senhora do Pilar. Nossa Senhora quando ainda estava viva apareceu a um apóstolo desanimado para lhe indicar a construção de um templo para ela, sendo, portanto, o primeiro templo dedicado a Nossa Senhora no mundo, e a semente da Espanha católica.
Basílica Nossa Senhora do Pilar, história
Santiago, Maior, filho de Zebedeu e irmão de São João Evangelista, depois de ter recebido a bênção da Mãe de Deus, viajou à Espanha para evangelizar o povo daquelas terras.
Mas o apostolado não caminhava conforme os desejos do apóstolo, não havia muitas conversões, e o desânimo foi conquistando seu coração aos poucos. Ele então pediu um sinal do céu. Ele tinha vindo a pé da Galiza, passando pelas Astúrias e estava em Aragão, perto da cidade de Saragoça.
Um dia, o céu não só atendeu ao seu pedido, mas na noite de 2 de janeiro de 40, ele – que se encontrava com alguns discípulos – “ouviu vozes de anjos cantando Ave Maria Gratia Plena, e viu a Virgem Mãe de Cristo aparecer sobre um pilar de mármore”, segundo relatam documentos antigos.
O Pilar permaneceu como uma testemunha fiel
Nossa Senhora consolou Santiago, ordenou-lhe que construísse um templo com o altar ao redor da coluna onde Ela estava e prometeu-lhe que permaneceria neste lugar “até o fim dos tempos para que a virtude de Deus opere portentos e maravilhas por minha intercessão para com aqueles que, em suas necessidades, imploram meu patrocínio”.
Desse modo, Ela queria dizer ao Apóstolo que o seu trabalho árduo daria frutos até ao fim do mundo, e indicou que o segredo das vitórias, e também do apostolado, estava em recorrer sempre à sua intercessão, à mediação de Nossa Senhora. De fato, mesmo nestes tempos ateístas, a Espanha continua a ser um foco da fé católica para todos os homens.
Nossa Senhora desaparece, mas o pilar permanece, e imediatamente Santiago e seus discípulos planejam e executam a construção do templo. E Santiago também ordena um deles como sacerdote para ajudar nos trabalhos desta primeira igreja mariana do mundo.
Embora sempre haja pessoas que dizem que essa história é lenda, alegando que os documentos que a sustentam são do século XII, suas palavras são desmentidas por achados, como o sarcófago da mártir Santa Engracia, do século IV – que se encontra em Saragoça – que representa em baixo-relevo a Virgem descendo do céu e aparecendo a Santiago. Outros documentos muito antigos atestam que antes da ocupação muçulmana de Saragoça já existia ali um templo dedicado à Virgem.
Os milagres junto à Virgen del Pilar são numerosos.
Dom Bernardito Auza
Dom Bernardito Auza, que já foi Observador Permanente da Santa Sé junto às Nações Unidas e hoje é Núncio na Espanha, presidiu ontem a Missa solene na Basílica del Pilar em Saragoça, e fez suas as expressões de São João Paulo II quando lá esteve, particularmente aquela que ficou famosa: “Dizer Espanha é dizer Maria”.
“É um emblema, a Mãe da Espanha, como reconheceu João Paulo II que, fazendo escala em sua viagem a Porto Rico, em 10 de outubro de 1984, e vendo a preparação do V Centenário da Evangelização do Novo Mundo, quis vir agradecer à Igreja espanhola o enorme trabalho de evangelização realizado em todo o mundo, especialmente no continente americano e nas Filipinas”, ressaltou o Arcebispo.
Dom Bernardito lembrou sua educação na fé por missionários espanhóis nas Filipinas. Assim, de sua própria condição de católico, pôde dizer: “Graças à Igreja da Espanha, neste dia da Solenidade da Virgem do Pilar”.
Dom Auza também citou o discurso de Karol Wojtyla, em 6 de novembro de 1982, quando o Papa polonês disse que “o Pilar de Saragoça simbolizava a firmeza da fé dos espanhóis em seu amor à Virgem Maria. Dizer Espanha é dizer Maria”.
O bispo filipino continuou a enfatizar o vínculo entre a Mãe de Deus e o povo espanhol, destacando seu caráter maternal que “desperta respeito, desperta admiração, o reconhecimento se impõe. É por isso que o povo cristão sente o fascínio de Nossa Senhora chamando-a de nossa vida, doçura, esperança”.
Com informações Infocatolica.
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