Papa: o bom discernimento exige o conhecimento de si
Na catequese de hoje, o Papa Francisco fez alguns comentários psicológicos com aplicação espiritual.
Redação (05/10/2022 11:39, Gaudium Press) Dando continuidade à sua catequese sobre o discernimento, o Papa Francisco fez alguns comentários psicológicos com aplicação espiritual.
Ele falou de certas “senhas” espirituais que cada um tem. São, por exemplo, “palavras que tocam o coração porque se referem ao que somos mais sensíveis”. O tentador que para nos atacar procura conhecer nossa psicologia e, portanto, “conhece bem essas palavras-chave”, usa-as para atingir nossos nervos, tentando-nos, ‘hipnotizando-nos’, enganando-nos “com a isca”, nos diversos âmbitos da nossa vida.
Podem ser coisas de aparência “bela, mas ilusória”. Por isso, é necessário um bom conhecimento de nós mesmos, um autodiscernimento, no qual saibamos como são “as nossas faculdades humanas: memória, intelecto, vontade, afeto”.
Este conhecimento da nossa dimensão humana favorece o nosso caminho espiritual, pois se ignorarmos a nós mesmos, tenderemos a não ver como Deus pode atuar e atua efetivamente em nós.
O conhecimento de si mesmo “implica um paciente trabalho de escavação interior, requer a capacidade de parar, de desativar o piloto automático”. Mas é um trabalho necessário para corrigir uma visão “sobre nós mesmos e sobre a realidade [que] às vezes está um pouco deturpada”.
Conhecer a sim mesmo
Conhecer a nós mesmos nos capacita a nos prevenir e enfrentar a tentação que “não necessariamente sugere coisas más, mas muitas vezes desordenadas, apresentadas com excessiva importância. Dessa forma, nos hipnotiza com a atratividade que essas coisas despertam em nós, coisas belas, mas ilusórias, que não podem cumprir o que prometem, deixando-nos no final com uma sensação de vazio e tristeza. Essa sensação de vazio e tristeza é sinal de que ‘pegamos’ um caminho que não era o certo, que nos desorientou”.
Essas coisas desordenadas podem ser “um título, uma carreira, relacionamentos, todas as coisas louváveis em si mesmas”, mas que podem ser tomadas para uma autopromoção longe de Deus.
Conhecendo a nós mesmos, podemos nos prevenir melhor de qualquer coisa que possa manipular essas chaves de nossa alma, até mesmo a publicidade.
Na linha do nosso autoconhecimento, o exame de consciência pode nos ajudar, o que inclui “o bom hábito de rever com calma o que aconteceu em nosso dia, aprendendo a observar em nossas avaliações e escolhas aquilo a que damos mais importância, o que procuramos e o porquê, e o que afinal encontramos”.
“Acima de tudo, aprender a reconhecer o que satisfaz o coração. Porque só o Senhor pode nos dar a confirmação do nosso valor… Não há obstáculo nem fracasso que impeça o seu terno abraço”.
Com informações Vatican News.
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