Daniel Ortega quer ensinar o Papa a governar a Igreja
Depois de se autodenominar católico, afirmou que a Igreja era “a tirania perfeita”, “a ditadura perfeita”.
Redação (01/10/2022 10:52, Gaudium Press) Daniel Ortega, aquele que, por meio de seus agentes, prendeu e decapitou todos os líderes da oposição nos meses anteriores às ‘eleições’, aquele que expulsou as Irmãs da Madre Teresa de Calcutá que cuidava de idosos, que mandou exilar um bispo e agora sequestrar outro, acusou a Igreja de ser uma “ditadura”.
Aquele que, quando assumiu a o controle do Poder Legislativo, reformou a Constituição para poder se reeleger e permanecer no poder para sempre, aquele que expulsou o embaixador do Papa sem o menor formalismo, declarou, na quarta- feira passada, no 43º aniversário da polícia, que a Igreja era uma “ditadura perfeita”.
Para o “democrata” Ortega, a Igreja não pode falar sobre o governo de um país: “Desde quando os padres estão aqui para dar um golpe de Estado e desde quando eles têm autoridade para falar de democracia?”
“Quem elege os padres, os bispos, o papa, os cardeais? Quantos votos? Quem os dá a eles?”, continuou.
Ortega, que novamente se qualificou de católico em um país majoritariamente católico, ressaltou que, na Igreja, “tudo se impõe, é uma ditadura, a ditadura perfeita, é uma tirania, a tirania perfeita”.
A terrível história da Igreja segundo Ortega
Ortega também ousou dar aulas sobre catolicidade ao Papa: “Eu diria a Sua Santidade o Papa, com todo respeito, às autoridades da Igreja Católica, sou católico, que como católico não me sinto representado por tudo o que sabemos dessa terrível história, mas também pelo fato de ouvi-los falar de democracia e eles não praticarem a democracia”, afirmou.
As repercussões dessas declarações de Ortega foram mundiais e as reações não tardaram, como a de Dom Silvio Báez, nicaraguense exilado na Flórida, que o chama de ateu:
“Quanta ignorância, quanta mentira e quanto cinismo! Um ditador dando lições sobre democracia; alguém que exerce ilegitimamente o poder, criticando a autoridade que Jesus deu à sua Igreja; alguém que é ateu, lamentando não se sentir representado pela Igreja”, escreveu Dom Báez em sua conta no Twitter.
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