Gaudium news > Cardeal Koch critica o Caminho Sinodal Alemão

Cardeal Koch critica o Caminho Sinodal Alemão

O cardeal disse que aceitar ‘novas’ fontes da revelação já aconteceu na Alemanha nazista.

Cardenal Koch

Redação (30/09/2022 09:31, Gaudium Press) Em entrevista ao Die Tagespost, o prefeito emérito do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, Cardeal Kurt Koch, deu interessantes declarações sobre vários temas.

Sobre a ditadura do relativismo, expressão celebrizada pelo Papa Emérito, o cardeal suíço disse que “esta ditadura é muito difundida hoje. Porque um dos pressupostos básicos do Zeitgeist (espírito do tempo) é que as reivindicações da verdade são imediatamente equiparadas à doutrinação e à intolerância, ao fundamentalismo e ao fanatismo.

Sobre o depósito da fé, observou que “a fé cristã é o repensar disciplinado do que Deus pensou e disse antes de nós. Não podemos dispor desta verdade revelada; só podemos recebê-la e transmiti-la com humildade. Nisso reside a verdadeira força vinculativa da verdade revelada por Deus.”

Aludindo ao tema sempre atual do desvio do Caminho Sinodal Alemão, o Cardeal Koch afirmou que:

“O primeiro destinatário da revelação da verdade de Deus não é simplesmente o cristão individual. Porque ele não pode crer por si mesmo, mas somente com a Igreja. O cristão individual só pode viver sua fé na comunidade de fé da Igreja. O primeiro destinatário da verdade revelada por Deus é, assim, a Igreja, isto é, a Igreja universal. O anúncio e a teologia são fecundos quando seus agentes creem e pensam junto com toda a Igreja e se orientam para a verdadeira “origem” da fé cristã, ou seja, para a revelação de Deus e sua transmissão na tradição viva da Igreja.

“Quando a revelação não é mais a medida do anúncio e da teologia, mas, ao contrário, o próprio pensamento quer decidir o que pertence à revelação de Deus, surge o impulso irresistível de desenvolver uma teologia e um anúncio originais. O que o Concílio Vaticano I disse sobre o Papa também se aplica a todos os católicos: “O Espírito Santo não foi prometido aos sucessores de Pedro para que eles trouxessem à luz uma nova doutrina por meio de sua revelação, mas para que com sua ajuda preservassem fielmente e interpretassem a revelação transmitida pelos apóstolos ou o legado da fé” (DS 3070)”.

Os sinais dos tempos não são fonte de revelação

Sobre a tese amplamente difundida na Alemanha, mesmo entre alguns bispos, de que haveria ‘mais’ fontes de revelação do que as tradicionais, como o ‘sinal dos tempos’, ressaltou que:

“Irrita-me que, além das fontes de revelação da Escritura e da Tradição, novas fontes sejam aceitas; e assusta-me que isso aconteça – de novo – na Alemanha. Pois este fenômeno já ocorreu durante a ditadura nacional-socialista, quando os chamados “cristãos alemães” viram a nova revelação de Deus no sangue e no solo e na ascensão de Hitler. A Igreja Confessante protestou com sua Declaração Teológica de Barmer em 1934, cuja primeira tese diz: “Rejeitamos a falsa doutrina como se a igreja pudesse e devesse reconhecer outros eventos e poderes, figuras e verdades como revelação de Deus à parte e em além desta única palavra de Deus como fonte de pregação.

“A fé cristã deve ser sempre fiel às suas origens e contemporaneidade ao mesmo tempo. A Igreja é, portanto, certamente obrigada a observar atentamente os sinais dos tempos e levá-los a sério. Mas não são novas fontes de revelação. Nas três etapas do conhecimento fiel – ver, julgar e agir – os sinais dos tempos pertencem ao ver e de modo algum ao julgar ao lado das fontes da revelação. Sinto falta dessa distinção necessária no texto de orientação do ‘Caminho Sinodal’.

 

Com informações CNA Deutsch.

 

 

Deixe seu comentário

Notícias Relacionadas