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Deixou de ser carmelita por amar demais o hábito e ser muito firme?

O caso de Abel Hernández está despertando um interesse crescente e muitas perguntas.

Foto: Captura de tela do YouTube de Fray Abel

Foto: Captura de tela do YouTube de Fray Abel

Redação (14/09/2022 16:47, Gaudium Press) O frade carmelita descalço, Abel de Jesús, deu, em seu canal do YouTube, uma notícia não tão agradável ​​para os seus mais de 20.000 seguidores: já não é mais frade – não por sua decisão, mas pela de seus superiores:

“É como quando você chega à fase final da Operação Triunfo [show de talentos musicais] e dizem que você é o melhor artista, que tem a melhor personalidade, a melhor presença, mas que você não pode entrar na Academia…”, foi assim que Abel introduziu o assunto.

“Até agora eu era professo temporário na província ibérica da ordem dos Carmelitas Descalços”, afirma. Em outras palavras, ele estava passando por uma fase de discernimento conjunto, tanto de si mesmo quanto da comunidade à qual queria entregar toda a sua vida.

“Eu realmente não tinha dúvidas de que Deus estava me chamando por esse caminho”, sublinha Abel Hernández Llanos. Porém, esse não era o pensamento dos superiores. Por que a decisão? “A principal razão se deve a uma diferença de estilo que consideram incompatível com a minha permanência na província”, expressa Abel.

Quais seriam essas diferenças?

Ao que parece, o frade gostava muito de coisas como “o uso do hábito”, “a observância de horários fixos de oração ou a prática do silêncio externo, a maneira conventual, contemplativa ou monástica”.

Abel declara que nunca quis “pertencer a nenhum lado”, a dos chamados tradicionalistas ou seus opositores, e “nem quis criar divisão”. Na verdade, todas as suas palavras explicativas são proferidas sem a menor acrimônia. Contudo, ele considerou “que esta era a maneira própria de ser religioso, simplesmente”. De fato, Abel expõe no vídeo imagens da carta recebida por seus superiores, nas quais ” se fazia referência a todas essas ideias, as quais declararam como ideias muito firmes a esse respeito”.

“Tinha a certeza de que usar o hábito era o modo próprio e apropriado de ser frade hoje, precisamente hoje nestes tempos, numa sociedade tão carente de uma forte identidade de sinais exteriores”, afirma, e inclusive destaca que isso é o desejo de muitas das novas vocações.

Muitas pessoas estão interessadas no caso de Abel. Com efeito, não eram poucos os que o consideravam uma das promessas de sua comunidade, não apenas uma pessoa formada na arte da comunicação, que desenvolvia um apostolado promissor através das redes sociais, mas também um autor notável (Internet e Vida contemplativa já é uma obra bem conhecida) e que continuava a se aprofundar na Teologia, particularmente a dogmática.

Mas é claro, apenas uma parte dos discernidores está sendo ouvida. Está-se atento a outra.

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