“A liturgia não é coisa de museu”, adverte Papa Francisco
Durante audiência com os membros da Associação italiana de Professores e Cultores de Liturgia, o Pontífice abordou o tema da liturgia.
Cidade do Vaticano (01/09/2022 11:49, Gaudium Press) Na manhã desta quinta-feira, 1º de setembro, o Papa Francisco recebeu em audiência os membros da Associação italiana de Professores e Cultores de Liturgia. O encontro ocorreu na Sala Clementina, no Vaticano, por ocasião de seus 50 anos de fundação da Associação.
Em seu discurso, o Santo Padre afirmou que a liturgia é obra de Cristo e da Igreja, e como tal é um organismo vivo, não é um monumento de mármore ou bronze, não é uma coisa de museu. A liturgia está viva como uma planta, e deve ser cultivada com cuidado.
A liturgia é alegre
Ele explicou ainda que a liturgia é alegre, com a alegria do Espírito, não de uma festa mundana. “É por isso que não se entende, por exemplo, uma teologia fúnebre: não funciona. É alegre, porque canta louvor ao Senhor”, ressaltou.
Segundo o Pontífice, nos dias de hoje, mais do que antes, é necessário ter uma visão elevada da liturgia, que não se reduza a examinar detalhe de rubrica. Uma liturgia que não seja mundana, mas que faça elevar os olhos para o céu. Ao mesmo tempo, uma liturgia com pés no chão, não distante da vida. Portanto, as duas coisas juntas: voltar o olhar para o Senhor sem virar as costas para o mundo.
Voltar às raízes não significa caminhar para trás
Francisco explicou ainda que o progresso na compreensão e também na celebração litúrgica deve estar sempre arraigado na tradição, que sempre leva a pessoa adiante naquele sentido que o Senhor quer. E alertou para um espírito que não é o da verdadeira tradição: o espírito mundano do retrocesso, que pensa que voltar às raízes significa caminhar para trás.
“Se você volta às raízes, as raízes levam você para cima, sempre. Como a árvore que cresce a partir do que vem de suas raízes. Voltar às raízes, porque a tradição é a garantia do futuro. Não somos pessoas que caminham para trás”, esclareceu.
A teologia é feita com a mente aberta e de joelhos
Concluindo sua audiência, o Papa ensinou que o mais importante é “que seu estudo da liturgia seja imbuído de oração e experiência viva da Igreja que celebra, de modo que a liturgia pensada possa fluir sempre, como de uma linfa vital, da liturgia vivida”.
“A teologia é feita com a mente aberta e ao mesmo tempo de joelhos. Isso vale para todas as disciplinas teológicas, mas ainda mais para a sua, que tem como objeto o ato de celebrar a beleza e a grandeza do mistério de Deus que se doa a nós”. (EPC)
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