Burkina Faso: Atividades pastorais limitadas pelos islamitas
Até setembro de 2021, apenas 29% do território diocesano era acessível para o trabalho pastoral, ou seja, 155 de 532 aldeias. Em abril de 2022, no entanto, o número de aldeias acessíveis diminuiu para apenas 29, ou 5,5%.
Redação (08/08/2022 17:29, Gaudium Press) Em um relatório que a Diocese Católica de Fada N’Gourma, em Burkina Faso, África, compartilhou com a Pontifícia Fundação de Caridade, Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) Internacional, foi informado que apenas cerca de 5% das aldeias atendidas pela Diocese recebem assistência pastoral, e que quaisquer atividades pastorais são permitidas sob estrita supervisão dos islamistas.
“Em muitas partes da diocese, os sermões islâmicos se tornaram regulares e qualquer outra prática religiosa é proibida. Em outros, os serviços católicos ainda são permitidos, mas os militantes muitas vezes entram nas capelas para garantir que homens e mulheres estejam sentados em diferentes bancos”, segundo noticiou ACI África.
No relatório, a AIS faz referência ao assassinato de mais de vinte pessoas em um ataque em Bourasso, no nordeste de Burkina Faso, e chama a atenção para “uma grave deterioração da situação” na Diocese de Fada N’Gourma, na parte oriental do país da África Ocidental, nos últimos seis meses. Os roubos, sequestros e assassinatos aumentaram significativamente em 2022.
Das dezesseis paróquias da Diocese, cinco foram diretamente atingidas por ataques violentos e tiveram que fechar por razões de segurança.
“Em outras sete paróquias, os serviços são limitados à igreja principal, porque a maioria das estradas são bloqueadas pelos terroristas, que controlam a maioria das vias e destruíram as redes de comunicação telefônica, tornando impossível para os sacerdotes viajar ou entrar em contato com as pessoas das aldeias que atendem”, relata a AIS, e acrescenta: “Nas quatro paróquias restantes a liberdade de movimento é muito limitada.”
A entidade pontifícia informa que até setembro de 2021, apenas 29% do território diocesano era acessível para o trabalho pastoral, ou seja, 155 de 532 aldeias. Em abril de 2022, no entanto, o número de aldeias acessíveis diminuiu para apenas 29, ou 5,5%.
De acordo com a AIS, a causa desta situação são os jihadistas que, no início, “pareciam não estar preocupados com a presença cristã, mas isso mudou em 2019″, e as comunidades foram submetidas a violência, assassinatos e todos os tipos de abuso.”
“Muitas pessoas foram raptadas. Algumas foram libertadas após interrogatório, outras permanecem em cativeiro e ainda outras foram assassinadas”, o relatório compartilhado com a ACI África continua: “O roubo de gado em larga escala tornou-se uma ocorrência diária. Tudo isso causa pânico entre a população e leva muitos a fugir, reduzindo as comunidades a cidades-fantasma”.
A Fundação Pontifícia observa que, apesar da terrível situação em que se encontram os cristãos na diocese de Fada N’Gourma, seu entusiasmo religioso permanece forte.
“Sem sacerdotes, os leigos assumiram o comando. Todos os domingos, a igreja paroquial enche-se de cristãos que vieram para Matiakoali (uma cidade no nordeste de Burkina Faso) em busca de segurança. Cristãos de aldeias próximas, onde é mais perigoso se reunir, tentam fazer a viagem ocasionalmente, para participar do culto comum. Durante as celebrações da Páscoa, o bispo da diocese voou de helicóptero para batizar 32 adultos e crismar 34.”
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