Religiosas expulsas da Nicarágua pelo regime de Ortega chegam à Costa Rica
“Secamos algumas de suas lágrimas”. As missionárias de Madre Teresa foram recebidos pelo Bispo de Tilarán-Libéria, de joelhos.
Redação (09/07/2022 17:56, Gaudium Press) Mons. Eugenio Salazar Mora, Bispo de Tilarán-Libéria na Costa Rica, não só recebeu as religiosas de Madre Teresa expulsas abruptamente pelo regime de Daniel Ortega da Nicarágua, mas teve belos gestos com essas senhoras : ajoelhou-se diante delas e beijou as mãos de algumas, enquanto várias beijavam seu anel episcopal.
Em declarações, o Bispo disse que tomou conhecimento, através dos meios de comunicação, da possível expulsão destas freiras “do território nicaraguense depois de muitos anos de permanência ali, tendo três casas de serviço à comunidade”. No total eram 7 índias, 2 mexicanas, 1 espanhola, 2 guatemaltecas, 1 equatoriana, 1 vietnamita, 2 filipinas e 2 nicaraguenses.
Embora as religiosas, pelo seu carisma, prefiram a discrição sobre os motivos e circunstâncias da sua expulsão, Mons. Salazar confirmou que “passaram momentos difíceis, de ansiedade, de angústia, temerosas pela sua integridade física, sabendo que entre elas há religiosas de diferentes nacionalidades e algumas idosas”.
“Elas estavam muito preocupadas – continuou o prelado – até chegarem ao território costarriquenho. Se dependesse delas, ficariam na Nicarágua. Elas amam a Nicarágua, o povo nicaraguense, especialmente os mais pobres e necessitados”.
“Não vejo nenhuma culpa nelas”, destacou o Bispo de Tilarán-Libéria. “São apenas mulheres, esposas de Jesus Cristo, consagradas, que só pretendem servir aos pobres, fazem muitas coisas que muitos outros não fazem. Mas, essa é a vida do cristão; também a visão do martírio faz parte da espiritualidade cristã”.
A diocese tem a honra de tê-las
O Prelado falou da calorosa acolhida que sua diocese quis oferecer a essas irmãs: “Nós as confortamos, enxugamos algumas de suas lágrimas. E, sobretudo, escutei mais uma delas, a superiora, para que ela pudesse expressar tudo o que viveu, o que, por respeito a elas, não divulgo”.
O bispo lembrou o trabalho de atendimento aos mais necessitados das Missionárias da Caridade, que possuíam três casas de assistência social na Nicarágua, e pediu orações pelo povo nicaraguense. Ele expressou seu afeto e disse que elas honravam sua jurisdição com sua presença. Elas são aqui a representação de Jesus Cristo.
O prelado terminou seu discurso com o grito “Viva Cristo Rei!”
Justificativas para sua expulsão
Na ocasião, a Direção Geral de Registro e Controle de Organizações Sem Fins Lucrativos do Ministério do Interior da Nicarágua declarou que as Missionárias da Caridade “não tinham cumprido suas obrigações” segundo a lei que as regulamenta, além de não cumprir a Lei de Lavagem de Dinheiro, Financiamento do Terrorismo e Financiamento da Proliferação de Armas de Destruição em Massa. O executivo disse ainda que não estavam credenciadas para funcionar como creche, centro de desenvolvimento infantil ou lar de idosos, nem tinham autorização para dar reforço escolar.
Com informações da Aciprensa
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