Cardeal Zen: só será julgado por falta administrativa
O cardeal compareceu ao tribunal de West Kowloon na última terça-feira. Ele não é mais acusado de conluio com forças estrangeiras, como se pretendia originalmente.
Redação (26/05/2022 14:46, Gaudium Press) Após o idoso Cardeal Joseph Zen Ze-kiun (91) ser detido em uma delegacia de polícia em Hong Kong, em 11 de maio, o mundo inteiro voltou seus olhos para realidade desta ilha, outrora livre sob o protetorado britânico, e a partir de 1997, uma Região Administrativa Especial da República Popular da China. Suas liberdades estão altamente ameaçadas, principalmente após a aprovação, em 2020, de uma lei de segurança nacional específica para Hong Kong, que muitos descrevem como um instrumento de perseguição política nas mãos da ditadura comunista chinesa.
As primeiras informações revelaram que o cardeal chinês estava sendo acusado de conluio com forças estrangeiras ou subversão, considerados delitos pela lei de segurança nacional, e que poderiam ser punidos com prisão perpétua todos os membros da administração do Fundo de Ajuda Humanitária 612, que colaborava com as despesas de defesa jurídica de pessoas que participaram dos protestos pró-democracia de 2019. Esse fundo foi fechado em outubro do ano passado.
Mas, aparentemente devido ao grande alvoroço internacional, agora o tribunal de West Kowloon apenas acusou o Cardeal de não registrar corretamente esse fundo. Os advogados de defesa do cardeal Zen afirmam que, de acordo com a Societies Ordinances, não era obrigatório o registro do Fundo 612. De qualquer forma, não se trata mais de uma infração penal, mas meramente administrativa, também negada pela defesa do cardeal. A penalidade máxima para essa ofensa seria de US$ 1.750. O julgamento começará em 19 de setembro.
Diplomatas participam
A audiência em que a acusação foi comunicada ao Cardeal contou com a presença de diplomatas italianos, alemães, franceses e suecos, o que foi uma mensagem para a ditadura comunista chinesa.
Ditadura que tinha a intenção de processar criminalmente o cardeal. Como diversas agências internacionais noticiaram, logo após a detenção do cardeal Zen, o Ministério das Relações Exteriores da China emitiu um comunicado, declarando que “as pessoas envolvidas são suspeitas de conspirar com países ou forças estrangeiras, colocando em risco a segurança nacional, ato de natureza grave”.
O Cardeal e os outros detidos se juntam aos mais de 180 detidos sob a lei de segurança nacional.
Após a prisão do Cardeal e seus companheiros, várias personalidades protestaram, como a ministra canadense das Relações Exteriores, Joly; o chefe da diplomacia da União Europeia, Borrell; entre outros.
Com informações Infocatólica.
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