Hong Kong: Liberdade religiosa ameaçada
“Era uma das cidades asiáticas mais livres e abertas. Eles a converteram em um estado policial”, afirmou o Cardeal Charles Maung Bo, presidente da Federação das Conferências Episcopais da Ásia.
Redação (16/05/2022 20:22, Gaudium Press) O Cardeal Charles Maung Bo, arcebispo de Yangon em Mianmar e presidente da Federação das Conferências Episcopais da Ásia, expressou sua preocupação com a recente prisão do Cardeal Joseph Zen Ze- kiun em Hong Kong por um suposto ataque à segurança nacional. O cardeal também comentou sobre a realidade da ilha que, desde 1997, é uma zona administrativa especial da China.
O Cardeal Bo referiu-se ao desrespeito dos direitos humanos, particularmente a liberdade religiosa, por parte das autoridades de Hong Kong a pedido do governo central. Ele também mencionou a restrição das liberdades de expressão, de imprensa, de reunião, de associação e acadêmica da cidade e soou o alarme contra os primeiros sinais de agressão à liberdade religiosa:
“Estou ciente dos recentes ataques propagandísticos contra a Igreja na mídia pró-Beijig de Hong Kong, e da crescente autocensura dos líderes religiosos devido às circunstâncias”, ressaltou.
Uma cidade que avança por um caminho escuro e repressivo
“Parte o coração”, diz o Cardeal, “ver como uma cidade que era um farol de liberdade avançar rápida e radicalmente por um caminho sombrio e repressivo”, em clara violação dos compromissos internacionais do estatuto de autonomia de Hong Kong.
Sobre a acusação específica contra o Cardeal Zen e seus companheiros, de atentar contra a segurança nacional ao participar de uma fundação que ajudava manifestantes pró-democracia com despesas legais, o Cardeal Bo declarou que, “em um Estado de Direito, prestar assistência a pessoas que enfrentam um processo judicial, cobrindo suas despesas legais, é um direito justo e aceito. Como pode ser um crime ajudar os acusados a ter defesa e representação legal?
O Cardeal Bo convidou os fiéis a rezar por Hong Kong e pela China no dia 24 de maio, festa de Maria Auxiliadora e “Nossa Mãe de Sheshan”, data que coincide com o Dia Mundial de Oração pela Igreja na China. Por iniciativa do Cardeal Bo, os católicos de todo o mundo celebraram, há um ano, uma semana “global” de oração pelos perseguidos na China.
Com informações Infocatólica.
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