A Paixão de Nosso Senhor: luzeiro no firmamento da Santa Igreja
Podemos afirmar que estamos vivendo um auge da História, no qual, mais do que nunca, a sede do Redentor se intensifica, enquanto todas as almas se definem entre o bem e mal.
Redação (15/04/2022 09:46, Gaudium Press) Alguns objetos têm isso de especial: carregar em si a força de um belo e saudoso passado, como a mais estimada das heranças de uma família, por exemplo. Para nós brasileiros, tamanha é a predileção que possui essa nossa Terra de Santa Cruz, que Deus plasmou em seu firmamento um símbolo que não somente faz reviver seu grandioso passado, mas, sobretudo, aponta para um futuro glorioso e triunfante: a Santa Cruz!
Mas – por incrível que pareça – há um firmamento que supera o nosso em beleza e esplendor; nele não são as estrelas que cintilam, mas as festas litúrgicas que espalham o seu brilho. Quais magníficas constelações, elas também obedecem a um ciclo – não do ano solar, mas sim do Ano Litúrgico – no qual uma cede lugar à outra, não sem antes nos fazer reviver a comemorada.
Ora, quem contempla este céu no dia de hoje, Sexta-Feira Santa, pode divisar um sério, reluzente e majestoso cruzeiro: a Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo.
“Tenho sede”
Hoje é o único dia do ano em que não há Missa, pois a Igreja está em santo luto pela morte de Nosso Senhor. Entretanto, realiza-se uma solene cerimônia na qual se canta ou proclama o tão sublime Evangelho da Paixão.
Analisemos, pois, apenas um aspecto desta ação litúrgica: dentre as “Sete Palavras de Cristo”, há uma que parece soar especialmente à Igreja em nossos dias: “Tenho sede” (Jo 18,28).
Destarte, estamos vivendo um auge da História, no qual a sede do Redentor se intensifica; enquanto todas as almas se definem entre o bem e o mal.
Vendo tantos O abandonarem neste importante momento, Nosso Senhor brada novamente do alto do Sagrado Madeiro: “Tenho sede”. Eis o brado de definição por excelência, pois, naquele momento, Jesus poderia ter pedido perdão aos homens pelos “exageros” da doutrina que pregara. Mas não, Ele reafirma a sua posição e só pede uma coisa: sanar a sua sede.
Mas afinal, do que Nosso Senhor tem sede? Ele tem sede de almas, tem sede de conversão! E nós temos o poder de saciar essa sede. Quando o faremos? Quando nos definiremos inteiramente a favor do bem?
A História se repete
Aliás, a Igreja também tem sede, visto que ela revive a Paixão Cristo, já que muitos tentam desfigurar a sua sagrada face. De nossa parte, católicos fiéis, cabe vermos por detrás deste “desfiguramento”, o que Ela sempre foi, é e será: santa, imaculada e indefectível.
A História, com efeito, se repete, pois na Paixão da Santa Igreja não faltam os bons que dormem, tampouco os “Judas”; não é difícil encontrar os fariseus e os mestres da lei odientos e, menos ainda, os tíbios “Pilatos” que lavam suas mãos enquanto a Igreja, sedenta, é crucificada.
Nesse grandioso quadro, que papel escolheremos? Eis o convite que nos é feito nessa Sexta-Feira Santa de 2022.
Por Lucas Resende
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