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Cardeal Müller e a guerra na Ucrânia

O cardeal alemão fez algumas reflexões sobre a guerra durante uma entrevista à agência de notícias católicas Kath.net.

Cardenal Muller 2

Redação (18/03/2022 12:22, Gaudium Press) Em fortes declarações que aparecem na Kath.net, e relatadas em italiano por Marco Tosatti, o cardeal Gerhard Müller afirmou que nada “justifica a decisão do autocrata do Kremlin de cobrir agora a Ucrânia com uma terceira guerra destinada à escravização total daquele povo ao preço de destruir vidas humanas e devastar valores culturais e de infraestrutura”.

Povos que professam o cristianismo

O cardeal, depois de lembrar que existem os “grandes russos” de Moscou, os “pequenos russos” da Ucrânia e os “russos brancos” de Minsk, ressaltou que não é concebível seguir “Caim como modelo pelo assassinato de seu irmão Abel”.

Ele observou que a grande maioria dos russos e ucranianos professa o cristianismo “há mais de 1.000 anos”, e a condição de cristão leva a rejeitar “a guerra como meio legítimo de política”.

O Cardeal justifica o apoio à Ucrânia, mesmo com armas, considerando que a defesa armada é um mal, embora em certas ocasiões seja inevitável:

“Tendo em conta a diferença ética entre o agressor e a vítima da agressão, os bispos alemães sublinharam o princípio de ‘justa defesa’ e, assim, justificaram também explicitamente a entrega de armas do Ocidente à Ucrânia invadida. No entanto, é também tarefa dos bispos, como servidores da Palavra de Cristo, não deixar o desafio no plano militar e político”.

O purpurado convida os bispos e os fiéis a “rezar pela paz, para que Deus mova os corações dos poderosos à compreensão e as consciências dos especuladores da guerra ao arrependimento e à conversão. A Igreja, como comunidade de fé, esperança e amor, não luta com armas militares que matam e ferem ‘homens de carne e osso’. Os seguidores de Cristo lutam com ‘armas espirituais’, isto é, com ‘a justiça, o evangelho da paz, o escudo da fé, o capacete da salvação, a espada do Espírito, ou seja, a Palavra de Deus contra os “principados e potestades, contra os príncipes deste mundo de trevas, contra as forças espirituais do mal” (cf. Ef 6, 10-20)”.

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