Invasão da Ucrânia: Igreja Ortodoxa de Amsterdã rompe com o Patriarcado de Moscou
A retórica do Patriarca Ortodoxo de Moscou, justificando a guerra na Ucrânia, não convence todos os seus súditos.
Redação (15/03/2022 09:54, Gaudium Press) Divisões estão ocorrendo dentro da Igreja Ortodoxa devido ao conflito na Ucrânia. Com efeito, a mídia de todo o mundo agora noticia a ruptura da Igreja Ortodoxa de Amsterdã com o Patriarcado Ortodoxo de Moscou, chefiado por Kirill.
A decisão foi tomada “por unanimidade” e foi “extremamente dolorosa e difícil”, declararam em seu site.
E embora Kirill tenha tentado justificar a guerra levada a cabo pela Rússia na Ucrânia, dizendo que é uma reação a manifestações culturais contrárias ao cristianismo, como as paradas do orgulho gay, cada vez menos, seus súditos concordam com uma guerra de agressão onde morrem inocentes, também eslavos, com milhões de refugiados cristãos e um país cada vez mais devastado.
Uma das paróquias do Arcebispado Russo da Holanda, a paróquia de São Nicolau de Myra, já pediu para se unir ao Patriarcado Ortodoxo de Constantinopla, que é considerado de linha oposta ao Patriarcado Ortodoxo de Moscou.
É claro que o que está acontecendo na Holanda (a Igreja Ortodoxa em Amsterdã não é muito grande, há quatro sacerdotes e um diácono) é um sintoma do que ocorre em muitos outros lugares: mais de 280 sacerdotes ortodoxos ligados a Moscou e funcionários desta Igreja, de todo o mundo, assinaram uma carta aberta manifestando sua oposição à invasão da Ucrânia.
Certamente na Rússia haverá muitos que pensam o mesmo, e que não poderão ser contabilizados pela pressão muito real das autoridades civis.
Pressão das autoridades civis e das autoridades religiosas: os sacerdotes ligados à Rússia em Amsterdã informaram a um meio de comunicação que o Arcebispo ortodoxo da Holanda (da Igreja Ortodoxa Russa), Elisey, havia dito a eles que “Moscou estava observando de perto suas ações”. Mas é mais fácil resistir às pressões de Moscou quando se está em Amsterdã do que quando se está em São Petersburgo.
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