“A felicidade verdadeira não é aproveitar-se dos outros, mas amá-los”, assegura o Papa
Francisco refletiu sobre o Evangelho do dia, I Domingo da Quaresma, que tratava sobre as tentações que Nosso Senhor Jesus Cristo sofreu no deserto.
Cidade do Vaticano (07/03/2022 16:59, Gaudium Press) Durante a alocução que precedeu a recitação da oração mariana do Ângelus no último domingo, 6, o Papa Francisco refletiu sobre o Evangelho do dia, I Domingo da Quaresma, que tratava sobre as tentações que Nosso Senhor Jesus Cristo sofreu no deserto.
A experiência do deserto
Diante dos fiéis reunidos na Praça de São Pedro, o Pontífice afirmou que esse trecho do Evangelho “nos leva ao deserto, onde Jesus é conduzido pelo Espírito Santo, durante quarenta, dias para ser tentado pelo diabo (cf. Lc 4,1-13). O deserto simboliza a luta contra as seduções do mal, a fim de aprender a escolher a verdadeira liberdade”.
O Santo Padre ressaltou que, pouco antes de começar sua missão pública, Jesus vive essa experiência do deserto e é precisamente através desta luta espiritual que Ele afirma de forma decisiva que tipo de Messias pretende ser.
A felicidade e liberdade verdadeiras não estão em possuir, mas em compartilhar
Em seguida, ele analisa de perto as tentações que Jesus combateu. Por duas vezes o diabo se dirige a Jesus dizendo: “Se és o Filho de Deus…”, ou seja, lhe faz a proposta de explorar sua posição: para satisfazer as necessidades materiais que sente; para aumentar seu poder; e para obter um sinal prodigioso de Deus.
Francisco destaca que é como se o demônio dissesse: ‘Se és o Filho de Deus, aproveita’. “A proposta é sedutora, porém leva à escravidão do coração: nos torna obcecados pelo desejo de ter, reduz tudo à posse de coisas, de poder, de fama. Este é o núcleo das tentações. É o veneno das paixões no qual o mal cria raízes”, adverte.
Jesus se opõe às tentações utilizando a Palavra de Deus, que diz para não tirar proveito, não usar Deus, os outros e as coisas para si mesmo, para não explorar a própria posição a fim de adquirir privilégios. “Porque a felicidade e liberdade verdadeiras não estão em possuir, mas em compartilhar; não em aproveitar-se dos outros, mas em amá-los; não na obsessão com o poder, mas na alegria de servir.
Tentações são apresentadas sob uma forma aparente de bem
Francisco alerta para o fato de que “estas tentações também nos acompanham no caminho da vida. Devemos estar vigilantes, porque muitas vezes elas se apresentam sob uma forma aparente de bem. Muitas vezes chega ‘com olhos dóceis’, ‘com um rosto angelical’; sabe até se disfarçar de motivos sagrados, aparentemente religiosos! Se cedermos a suas lisonjas, acabamos justificando nossa falsidade disfarçando-a com boas intenções: ‘Fiz negócios estranhos, mas ajudei os pobres’; ‘aproveitei meu papel, mas também para o bem’; ‘cedi aos meus instintos, mas no final não fiz mal a ninguém’, e assim por diante”.
E conclui pedindo para que não se compactue com o mal. “Não se deve dialogar com a tentação, não se deve cair naquele sono de consciência que faz dizer: ‘afinal, não é grave, todos fazem assim’! Olhemos para Jesus, que não procura acomodamentos, não faz acordos com o mal. Ele se opõe ao diabo com a Palavra de Deus e assim vence as tentações”. (EPC)
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