Vaticano divulga mensagem do Papa Francisco para a Quaresma de 2022
O Pontífice baseia sua reflexão em um trecho da exortação de São Paulo aos Gálatas.
Cidade do Vaticano (24/02/2022 16:53, Gaudium Press) O Vaticano divulgou na manhã desta quinta-feira, 24, a mensagem do Papa Francisco para a Quaresma 2022. A reflexão é baseada em um trecho da exortação de São Paulo aos Gálatas: “Não nos cansemos de fazer o bem; porque, a seu tempo colheremos, se não tivermos esmorecido. Portanto, enquanto temos tempo, pratiquemos o bem para com todos” (Gal 6, 9-10a).
Quaresma tempo de semear
Comentando a passagem na qual o Apóstolo fala sobre a sementeira e a colheita, o Santo Padre afirma que a Quaresma é o tempo favorável para semear. E diz ainda que “o primeiro agricultor é o próprio Deus, que generosamente continua a espalhar sementes de bem na humanidade. Esta chamada para semear o bem deve ser vista, não como um peso, mas como uma graça pela qual o Criador nos quer ativamente unidos à sua fecunda magnanimidade”.
O pontífice questiona: “Mas de que colheita se trata? Um primeiro fruto do bem semeado, temo-lo em nós mesmos e nas nossas relações diárias, incluindo os gestos mais insignificantes de bondade. Em Deus, nenhum ato de amor, por mais pequeno que seja, e nenhuma das nossas ‘generosas fadigas’ se perde”.
E ressalta que só podemos ver uma pequena parte do fruto daquilo que semeamos, pois, “segundo o dito evangélico, um é o que semeia e outro o que ceifa. É precisamente semeando para o bem do próximo que participamos na magnanimidade de Deus”.
“Semear o bem para os outros liberta-nos das lógicas mesquinhas do lucro pessoal e confere à nossa atividade a respiração ampla da gratuidade, inserindo-nos no horizonte maravilhoso dos desígnios benfazejos de Deus”, destaca.
Não nos cansemos de fazer o bem
Tratando sobre o segundo ponto da expressão do Apóstolo, “não nos cansarmos de fazer o bem”, o Papa adverte que diante da desilusão de tantos sonhos desfeitos, “a tentação é fechar-se num egoísmo individualista e refugiar-se na indiferença”. Porém, Deus “dá forças ao cansado e enche de vigor o fraco. (…) Aqueles que confiam no Senhor, renovam as suas forças”.
Por este motivo, não podemos nos cansar de rezar, “precisamos rezar, porque necessitamos de Deus. A ilusão de nos bastar a nós mesmos é perigosa. No meio das tempestades da história, encontramo-nos todos no mesmo barco, pelo que ninguém se salva sozinho; mas sobretudo ninguém se salva sem Deus, porque só o mistério pascal de Jesus Cristo nos dá a vitória sobre as vagas tenebrosas da morte”.
Pratiquemos o jejum e a esmola
Em seguida faz o convite para que, através do jejum quaresmal, nosso espírito se fortaleça para o combate contra o pecado. “Não nos cansemos de pedir perdão no sacramento da Penitência e Reconciliação, sabendo que Deus nunca Se cansa de perdoar”, exortou.
O Pontífice também convidou os fiéis para que se exercitem na prática da esmola, dando com alegria através duma operosa caridade para com o próximo. “A Quaresma é tempo propício para procurar, e não evitar, quem passa necessidade; para chamar, e não ignorar, quem deseja atenção e uma boa palavra; para visitar, e não abandonar, quem sofre a solidão”.
O jejum prepara o terreno, a oração rega, a caridade fecunda-o
Por fim, Francisco abordou o terceiro ponto das palavras de São Paulo, “A seu tempo colheremos, se não tivermos esmorecido”. Aqui ele pediu perseverança e Fé, ressaltando que a Quaresma nos recordar que o bem, o amor, a justiça e a solidariedade devem de ser conquistados diariamente.
“Neste tempo de conversão buscando apoio na graça divina e na comunhão da Igreja, não nos cansemos de semear o bem. O jejum prepara o terreno, a oração rega, a caridade fecunda-o. Na Fé, temos a certeza de que ‘a seu tempo colheremos, se não tivermos esmorecido’, e obteremos, com o dom da perseverança, os bens prometidos para salvação nossa e do próximo”, concluiu. (EPC)
Deixe seu comentário