Cardeal Ouellet: não há relação entre abuso e celibato sacerdotal
“O abuso existe em todas as situações da educação, da vida familiar e da vida esportiva” lembrou o cardeal canadense. Um simpósio sobre o sacerdócio está sendo realizado em Roma.
Redação (18/02/2022 15:09, Gaudium Press) Começou ontem o simpósio por uma teologia fundamental do sacerdócio no Vaticano, promovido pela Congregação para os Bispos chefiado pelo cardeal canadense Marc Ouellet.
No marco desse encontro, o Cardeal Ouellet concedeu uma entrevista ao meio de comunicação Omnes, da qual destacamos alguns temas.
“O sacerdote representa sacramentalmente Cristo como mediador e só pode ser entendido sob esta luz. Não podemos nos conformar com um ponto de vista sociológico que considera a distribuição do poder, nem podemos nos limitar às perspectivas da mídia”, expressou o Cardeal.
Omnes perguntou ao Cardeal seu parecer sobre a opinião de alguns, no sentido de que abolir o celibato ajudaria a desaparecer os abusos.
O celibato é uma resposta a Cristo em sua identidade divina
“Algumas pessoas pensam que o celibato é a causa do abuso, enquanto que o abuso existe em todas as situações de educação, vida familiar, vida esportiva, etc. A verdadeira causa não é o estado de celibato consagrado, mas a falta de autocontrole e desequilíbrio afetivo. Certamente é necessário melhorar o discernimento das vocações ao sacerdócio e velar pelo equilíbrio psicoafetivo e moral dos candidatos”, respondeu.
“Como o celibato pode ser explicado hoje?” perguntou Omnes.
“O celibato deve ser apresentado sob a perspectiva da fé. Cristo chamou seus discípulos para deixar tudo para segui-lo. Ele foi capaz de fazê-lo em virtude de sua identidade divina como Filho eterno do Pai que veio em carne para trazer salvação à humanidade. Segui-lo no celibato é antes de tudo uma confissão de fé nesta identidade e um ato de amor em resposta ao seu chamado de amor”, ressaltou o cardeal, repetindo essencialmente a resposta multisecular da Igreja.
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