Local do martírio de São João Batista é descoberto na Jordânia

“Como disse o Papa Francisco, a Terra Santa é o quinto Evangelho que nos ajuda a compreender os quatro primeiros”, ressaltou o professor Győző Vörös.

Redação (08/02/2022 16:35, Gaudium Press) O local da prisão e do martírio de São João Batista foi encontrado no Palácio-fortaleza do rei Herodes Antipas localizado na colina de Macheronte, ao leste do Mar Morto na Jordânia atual. O antigo sítio bíblico de Machaerus foi reconstruído pelo professor Győző Vörös, arqueólogo, arquiteto e membro da Academia Húngara de Artes.

Medalha de Ouro 2020 da Pontifícia Academia Romana de Arqueologia

A descoberta rendeu ao professor a Medalha de Ouro 2020 da Pontifícia Academia Romana de Arqueologia e da Pontifícia Academia Cultorum Martyrum. Esse foi um reconhecimento concedido ao projeto “As escavações arqueológicas de Machaerus”, documentado em três volumes publicados pelas Edições Terra Santa.

Para o professor, a descoberta do sítio arqueológico Macheronte, foi algo incrível, “quase milagroso”. O local onde se encontrava o palácio havia desaparecido após a destruição realizada pelos romanos no final da Primeira Revolta Judaica entre os anos de 71/72 d.C, não sobrando nenhum vestígio até o momento.

Estudo de vinte anos do sítio arqueológico

O estudioso alemão August Strobel descobriu, no ano de 1968, os restos de um muro erguido pelas legiões romanas e formulou a hipótese de que a antiga cidade herodiana se encontrava naquele local. Desde então, diversos estudos foram realizados.

Em 2009, após a viagem apostólica do Papa Bento XVI à Jordânia, o Departamento Real de Antiguidades de Amã confiou a Győző Vörös um estudo de vinte anos do sítio arqueológico. O projeto contou com a colaboração científica do ‘Jerusalem Studium Biblicum Franciscanum’, a ‘École biblique et archéologique française de Jérusalem’ e o ‘Cobb Institute of Archaeology da Mississippi State University’.

Um presente de Deus

Para devolver à humanidade um sítio rico em significado e atração para a história e a Fé, o arqueólogo teve que reagrupar mais de cem mil elementos arquitetônicos como em um mosaico. “Como disse o Papa Francisco, a Terra Santa é o quinto Evangelho que nos ajuda a compreender os quatro primeiros”, ressaltou Győző Vörös.

O arqueólogo celebrou dizendo ser um presente que Deus Todo-Poderoso deu ao século XXI o fato de poder “reconstruir arquitetonicamente o interior de um lugar, o palácio herodiano, descrito no Evangelho. Hoje podemos fornecer às novas gerações uma imagem fiel do que nos dizem os textos sagrados: não uma ilustração bíblica, baseada na imaginação ou na fantasia, mas um documento histórico. Este é o coração e o significado da missão da arqueologia”, concluiu. (EPC)