Religiosos devem renovar sua consagração com entusiasmo e fidelidade, exorta Papa
O Pontífice presidiu uma Santa Missa na Basílica de São Pedro por ocasião da Festa da Apresentação do Senhor e do dia da Vida Consagrada.
Cidade do Vaticano (02/02/2022 16:33, Gaudium Press) Na tarde desta quarta-feira, 2 de fevereiro, o Papa Francisco presidiu uma Santa Missa na Basílica de São Pedro por ocasião da Festa da Apresentação do Senhor e do dia da Vida Consagrada. Sua homilia focou em três verbos que aparecem no Evangelho do dia: mover, ver e acolher.
Movidos pelo Espírito Santo
Comentando o fato de Simeão ser movido pelo Espírito, que faz arder em seu coração o desejo de Deus. O Pontífice destaca que o Espírito Santo nos torna capazes de vislumbrar a presença de Deus e a sua obra, não nas grandes coisas, mas na pequenez e na fragilidade. Em seguida, questionou os consagrados: “Deixamo-nos mover principalmente pelo Espírito Santo ou pelo espírito do mundo? O Espírito Santo ou a paixão do momento?”.
O Santo Padre alertou para que não se pense na consagração em termos de resultados, pois por trás da aparência de boas obras, podem estar oculta a traça do narcisismo ou o frenesi do protagonismo. Além disso, a ação pode ser movida pela repetição mecânica. Então convidou para que se verifique as motivações interiores, por onde passa a renovação da vida consagrada.
A visão que temos da vida consagrada
Tratando do momento em que Simeão pega o Menino Jesus nos braços e vê a salvação, Francisco afirma que “a renovação também passa pelos olhos, transforma o olhar, muda a perspectiva. A Fé nasce do olhar compassivo com que Deus nos vê. E nós? Que veem os nossos olhos? Que visão temos da vida consagrada?”.
O mundo muitas vezes olha para uma realidade do passado como um desperdício e isso também pode ocorrer com os consagrados que mantêm os olhos voltados para trás, saudosos daquilo que já não existe. “Abramos os olhos: através das crises, dos números que faltam, das forças que esmorecem, o Espírito convida-nos a renovar a nossa vida e as nossas comunidades”, exortou.
Braços que estreitam Jesus
Por fim, o Papa falou sobre quando Simeão acolhe Jesus nos braços e pronuncia palavras de louvor. “Deus colocou o seu Filho nos nossos braços, porque o essencial, o centro da Fé é acolher Jesus”, explicou, ressaltando que “se aos consagrados faltam palavras que bendizem Deus e os outros, se falta a alegria, se esmorece o entusiasmo, se a vida fraterna é apenas fadiga, é porque os seus braços já não estreitam Jesus”.
“E quando os braços de um consagrado, de uma consagrada não estreitam Jesus, estreitam o vazio, que buscam preencher com outras outras coisas: mas há o vazio. Estreitar Jesus com os nossos braços: este é o sinal, este é o caminho, esta é a receita da renovação”, assegurou o Santo Padre.
“Mesmo que experimentemos fadiga, cansaço e frustrações, façamos como Simeão e Ana, que esperam com paciência na fidelidade do Senhor e não se deixam roubar a alegria do encontro com Ele. Coloquemo-Lo no centro e continuemos para diante com alegria”, concluiu o Papa Francisco encorajando os consagrados. (EPC)
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