A consciência moral do ser humano
Na consciência, o homem na sua integridade — inteligência, emotividade e vontade — realiza a própria vocação ao bem, de tal modo que a opção do bem ou do mal nas situações concretas da existência acaba por marcar profundamente a pessoa humana em cada uma das expressões do seu ser.
Redação (28/10/2021 09:26, Gaudium Press) A consciência moral — ensina o Catecismo da Igreja Católica — é aquele “juízo da razão, mediante o qual a pessoa humana reconhece a qualidade moral de um ato concreto que vai praticar, que está prestes a executar, ou que já realizou” (n.1.778). Com efeito, é tarefa da consciência moral discernir o bem do mal, nas várias situações da existência, a fim de que, com base neste juízo, o ser humano possa orientar-se livremente para o bem.
A quantos gostariam de negar a existência da consciência moral no homem, reduzindo a sua voz ao resultado de condicionamentos exteriores, ou a um fenômeno puramente emotivo, é importante recordar que a qualidade moral do agir humano não é um valor extrínseco ou então opcional, nem sequer é uma prerrogativa dos cristãos ou dos fiéis, mas associada a todos os seres humanos.
Na consciência moral, Deus fala a cada um e convida a defender a vida humana em cada momento. Neste vínculo pessoal com o Criador encontram-se a profunda dignidade da consciência moral e a razão da sua inviolabilidade. Na consciência, o homem na sua integridade — inteligência, emotividade e vontade — realiza a própria vocação ao bem, de tal modo que a opção do bem ou do mal nas situações concretas da existência acaba por marcar profundamente a pessoa humana em cada uma das expressões do seu ser.
Com efeito, o homem inteiro permanece ferido quando o seu agir se realiza contrariamente ao preceito da sua própria consciência. Todavia, mesmo quando o homem rejeita a verdade e o bem que o Criador lhe propõe, Deus não o abandona, mas precisamente através da voz da consciência, continua a procurá-lo e a falar-lhe, a fim de que reconheça o erro e se abra à Misericórdia divina, capaz de curar qualquer ferida.
BENTO XVI (Excertos do discurso aos participantes da Assembleia Plenária da Pontifícia Academia para a Vida, 26/2/2011) In Arautos do Evangelho, ano 10, n. 112, abr. 2011, p.6.
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