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Santa Rosa de Lima

Santa Rosa de Lima fez, no plano da comunhão dos santos, o necessário para salvar a América. Rosa destinava dez horas do dia à oração, dez horas ao trabalho, e apenas o que sobrava concedia ao sono, suscitando em torno de si o espírito de penitência e de mortificação. Assim, ela freava, em grande parte, a corrupção dos costumes em nosso continente.

Santa Rosa de Lima

Redação (22/08/2024 15:50, Gaudium Press) Nascida em Lima, Peru, no dia 20 de março de 1586, foi batizada com o nome de Isabel Flores de Oliva, mas ficou conhecida como Rosa, nome dado pelo arcebispo de Lima, São Turíbio de Mongrovejo, quando a crismou.

Jovem cheia de formosura praticava austeras penitências, tomando como modelo Santa Catarina de Sena. Inclinada à vida religiosa desde a mais tenra idade, Santa Rosa fez voto de virgindade e lutou durante dez anos contra os pais que queriam obrigá-la a casar-se.

No que se refere à mortificação, ninguém a superou. Certa vez, quando se achava acabrunhada por mil inquietações, ouviu a voz do Senhor que lhe dizia: ‘Aquele que deu a vida e o sangue por ti saberá cuidar também de teu corpo. As leis naturais foram criadas por ele e são para ele’.

O cotidiano de Santa Rosa

Rosa destinava dez horas do dia à oração, dez horas ao trabalho, e apenas o que sobrava concedia ao sono. A cada dia, no decurso de horas inteiras, via-se assaltada por terríveis tormentos, temendo que o Senhor a abandonara, considerando esse suplício pior do que a morte. Porém depois, sentia-se fortalecida por novas sensibilidades da graça divina.

Aos vinte anos fez-se Terceira Dominicana, sob a proteção de Santa Catarina de Siena. Vivia em uma cela no jardim da casa paterna e ajudava seus pais fazendo bordados e cuidando das flores que a família depois vendia. Nessa cabana recebia constantes comunicações sobrenaturais. Seu amor a Deus era tão ardente que, quando falava d’Ele, seu rosto se iluminava.

A oração para Rosa de Lima

Ela confessou a uma comissão de teólogos que a interrogava acerca de sua oração:

“Rezar não me custa nenhum trabalho. Minhas energias concentram-se no meu interior como o ferro atraído pelo imã e se sentem embriagadas por tal doçura que nenhum mal é mais possível. Meu coração arde. Sinto a Deus em todo o meu ser e tenho absoluta certeza de sua adorável presença. Tal contemplação não me cansa, e minha única alegria é sentir Deus presente em minha alma. Ver-me privada d’Ele seria para mim um inferno e nada criado poderia consolar-me”[1].

Últimos anos de vida

Passou os últimos anos de vida na casa do casal Gonzalo de Massa, suportando com toda paciência e resignação uma longa e penosa enfermidade.

O último pedido que saiu de seus lábios, na hora da morte, foi em benefício de sua mãe: ‘Senhor, deixo-a em vossas mãos. Dai-lhe forças, não permitais que seu coração se dilacere de tristeza’. Tão logo expirou, viu-se sua mãe tomada por um tal consolo e alegria que precisou retirar-se para ocultar a felicidade que seu rosto estampava.

Morreu em 24 de agosto de 1617, aos 31 anos de idade.

É a primeira santa nativa da América e padroeira do Peru, da América Latina, das Índias e das Filipinas. É invocada também como protetora dos floricultores e jardineiros, contra as erupções vulcânicas e ainda em casos de feridas ou de brigas familiares.

Sua fama de santidade percorreu o continente inteiro, dando lugar a inúmeros milagres e conversões. Santa Rosa suscitava em torno de si um espírito de penitência e de mortificação que freou as condições para a eclosão do mal.

Peçamos a Santa Rosa de Lima que interceda por nós, a fim de — à sua semelhança — termos a coragem de nos deixarmos fazer santos.

Santa Rosa de Lima e o valor da graça divina

Quem dera que os mortais conhecessem o valor da graça divina, como é bela, nobre, preciosa; quantas riquezas esconde em si, quantos tesouros, quanto júbilo e delícia!

Sem dúvida, então, eles empregariam todo o empenho e cuidado para encontrar penas e aflições!

Iriam todos pela terra a procurar, em vez de fortunas, os embaraços, moléstias e tormentos, a fim de possuir o inestimável tesouro da graça.

É esta a compra e o lucro inicial da paciência. Ninguém se queixaria da cruz nem dos sofrimentos que lhe adviria, talvez, se conhecesse a balança onde são pesados para serem distribuídos aos homens. (Dos escritos de Santa Rosa de Lima, virgem)


[1] SCHAMONI, Wilhelm. El verdadero rostro de los santos. Barcelona, 1951.

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