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Não há volta atrás

A sorte de ser católico autêntico não será receber aplauso geral e elogio, pois a verdadeira Igreja e o que ela prega é “escândalo” para a sociedade relativista em que vivemos, na qual se aprova as piores iniquidades ao mesmo tempo em que se condena e despreza as mais honradas virtudes.

evangelho 21 domingo

Redação (22/08/2021 09:49, Gaudium Press) Quando nos decidimos a buscar uma grande meta, sói acontecer que, em determinado momento de nossa trajetória, sejamos obrigados a ponderar bem nossa decisão: ou aderimos “de corpo inteiro” ao objetivo que temos em vista e às consequências que ele nos acarretará; ou simplesmente seguimos outro caminho. A vida não perdoa e não admite meias entregas, e bem sucedidos somente são aqueles que se dedicam integralmente ao que fazem e não voltam atrás.

Se isso é verdade no campo humano e natural, muito mais o é quando tratamos das vias de Deus.

No Evangelho de hoje, Nosso Senhor exige uma séria decisão de seus Apóstolos: “Vós também vos quereis ir embora?”. Acabava Ele de dirigir palavras que “escandalizaram” à multidão e a muitos dos discípulos que, “a partir daquele momento, voltaram atrás, e não andavam mais com Ele”.

Conosco acontece o mesmo: a certa altura de nossas vidas, Deus exige uma adesão pessoal e inteira a Si de nossa parte, como outrora fizera ao povo eleito por meio de Josué: “Se vos parece mal servir ao Senhor, escolhei hoje a quem quereis servir” (Cf. I leitura – Js 24, 1-2.15-8).

E como se dá tal episódio em nossas vidas?

Seguir com fidelidade à verdadeira Igreja de Cristo não é tarefa fácil. Por certo há mais mérito em ser membro fiel da Igreja Católica hoje do que em outros tempos: não havia também mais mérito em aderir fielmente a Jesus quando Ele agonizava no alto de sua cruz do que quando multiplicava os pães, andava sobre as águas ou curava leprosos?

A esposa que Jesus quis “apresentar a si mesmo esplêndida, sem mancha nem ruga, nem defeito algum, mas santa e irrepreensível” (Cf. II Leitura – Ef 5, 21-32), é hoje atacada, desprezada e desfigurada da forma mais inclemente e violenta. Sua fisionomia cândida e virginal é cada vez mais deformada na tentativa de adequá-la às loucuras deste mundo.

Seguir, pois, à Igreja imaculada com integridade, viver na obediência aos seus ensinamentos e na prática dos Sacramentos significa, hoje mais do que nunca, aderir a Deus e rejeitar o mundo. A sorte de ser católico autêntico não será o aplauso geral e o elogio, pois a verdadeira Igreja e o que ela prega é “escândalo” para a sociedade relativista em que vivemos, na qual se aprova as piores iniquidades ao mesmo tempo em que se condena e despreza as mais honradas virtudes.

E quando comprovamos que um número cada vez maior de fiéis ou mesmo de pastores adere ao mundo e rejeita a Cristo, e ouvimos em nosso interior aquela grave indagação: “Vós também vos quereis ir embora?”, é o momento de afirmarmos, com São Pedro, a nossa adesão que não tem volta atrás: “A quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna. Nós cremos firmemente e reconhecemos que tu és o santo de Deus”.

 

Por João Paulo de Oliveira

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