A Igreja que agrada a todos
O que aconteceria com a Igreja se adotasse para si as doutrinas do mundo?
Redação (05/07/2021 18:01, Gaudium Press) Quem nunca quis agradar todo o mundo? É preciso reconhecer: trata-se geralmente de uma experiência amarga, ingrata e… fracassada! Mesmo quando se fez o possível, depois sabe-se que outro se ofendeu, que um terceiro interpretou mal, que alguém ficou com inveja, e assim por diante. Em suma, não é fácil agradar a todos.
O desastre de agradar a todos
Ora, esse fenômeno é mais indissociável da vida do homem do que parece…
Tome-se, por exemplo, o Sol. Enquanto que para uns, em determinada circunstância, ele está insuportavelmente quente, para outros ele aquece de forma insuficiente. Em certos lugares, é ele que sustenta a vida, em outros, ele causa a seca… Uns caminham debaixo de seus raios para fazer bem à própria saúde; outros fogem dele.
Suponhamos agora que o Sol pudesse pensar e desejasse agradar a todos e, de repente, chegasse aos seus “ouvidos” que ele está forte demais. Preocupado, ele resolve diminuir sua força, causando nevascas inimagináveis, frios históricos, congelamentos, mortes, etc. Em seguida, diriam que ele está muito fraco; então ele aumentaria sua intensidade, produzindo queimadas, cegueiras, secas, decessos em quantidade.
A verdade é que o Sol sustenta a vida na terra. Ele é ele, sem precisar se adaptar a ninguém. Tudo depende da posição e das condições que as pessoas têm em relação a ele. O que faz dele o eixo, a sustentação e fonte da vida é o fato de ele não se adulterar pela opinião de ninguém e ser sempre ele mesmo!
A doutrina da Igreja deve agradar?
As opiniões dos homens de hoje são tão distantes e tão opostas entre si, que binômios como Norte-Sul ou Verão-Inverno nem podem ser usados como termos de comparação.
Ora, não seria uma autêntica hipocrisia seguir aqueles que ensinam que devemos nos adaptar aos erros e aos horrores do mundo, para não ferir os demais? Esses não são como o sol para seu próximo, mas sim como um buraco negro que aniquila o que encontra no caminho.
A doutrina da Igreja sim é como o sol: se permanecer fiel a si mesma e imutável poderá manter as almas com vida. No entanto, se procurar adaptar-se às opiniões, ceder às doutrinas e aprovar os horrores do mundo, acabará por destruir a si e àqueles que a ela se confiam.
Por Cícero Leite
Deixe seu comentário