Eutanásia na Espanha: solução médica, ou problema moral?
Três meses após sua aprovação, a lei que permite a eutanásia entra em vigor na Espanha. O que um católico deve pensar disso?
Redação (1:24 , Gaudium Press) Há pouco aprovada legalmente na Espanha, a eutanásia passa a ser permitida nesse país como “solução médica”; porém, como fica a questão moral? A existência de uma enfermidade grave e incurável, a qual pareça um sofrimento constante e intolerável para o paciente, é fator suficiente para provocar a morte de outrem?
O que um católico deve pensar disso?
A verdade, embora muito clara, é muitas vezes esquecida ou não procurada. Assim, sem nos reportamos a grandes manuais de moral e ética podemos encontrá-la na simplicidade que lhe é própria.
Diz o Catecismo da Igreja Católica: “Quaisquer que sejam os motivos e os meios, a eutanásia direta consiste em pôr fim à vida de pessoas deficientes, doentes ou moribundas. É moralmente inaceitável.
“Assim, uma ação ou uma omissão que, de per si ou na intenção, cause a morte com o fim de suprimir o sofrimento constitui um assassínio gravemente contrário à dignidade da pessoa humana e ao respeito do Deus vivo, seu Criador. O erro de juízo, em que se pode ter caído de boa-fé, não muda a natureza do ato homicida, o qual deve sempre ser condenado e posto de parte” (CEC 2277).
Contudo, esclarecendo um pormenor importante: “A cessação de tratamentos médicos onerosos, perigosos, extraordinários ou desproporcionados aos resultados esperados, pode ser legítima. […] Não que assim se pretenda dar a morte; simplesmente se aceita o fato de a não poder impedir. As decisões devem ser tomadas pelo paciente se para isso tiver competência e capacidade; do contrário, por quem para tal tenha direitos legais, respeitando sempre a vontade razoável e os interesses legítimos do paciente” (CEC 2278).
Deste modo, embora a lei da Espanha possa ter sido alterada, a Lei Divina nunca muda, pelo que, para os católicos fiéis, tal prática continua sendo repreensível e contrária ao ensinamento da Igreja. Afinal, a verdade será sempre verdade, ainda quando perseguida ou abafada.
Por Aloísio de Carvalho
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