Nossa Senhora Auxílio dos Cristãos: o poder de uma jaculatória
Poucos dias antes da festa de Maria Auxiliadora, 24 de maio, São João Bosco convidou seus alunos a se beneficiarem da força e afeto com que Maria Santíssima ajuda cada um dos seus filhos. Eis as comovedoras palavras do Santo, conforme reproduzidas nas suas memórias biográficas.
Redação (24/05/2024 08:39, Gaudium Press) Recomendo, com toda a minha alma e com todo o meu ser, que cada um de vós reze a Maria Santíssima nesta novena. Esta Mãe compassiva nos concede facilmente as graças das quais necessitamos, sobretudo as espirituais. Ela é poderosíssima no Céu, e toda graça por Ela pedida ao seu Filhinho Divino logo Lhe é concedida.
A Igreja nos demonstra o poder e a benignidade de Maria no hino “se procuras as portas do Céu, invoca o nome de Maria”. Se para entrar no Paraíso basta invocar o nome de Maria, é de fato preciso dizer que Ela é poderosa.
Seu nome é representado como porta do Céu e todos quantos ali desejam entrar devem recorrer a Maria.
Invocai sempre Maria Auxiliadora
Recorramos a Ela, especialmente para que nos ajude na hora da morte. Com efeito, diz-nos a Igreja que Maria sozinha é terrível como um exército em ordem de batalha, em luta contra os inimigos de nossa alma.
O simples nome de Maria põe em precipitada fuga os demônios. Por isso Ela é chamada Auxilium Christianorum – Auxílio dos Cristãos, tanto contra os inimigos externos quanto contra os internos.
Devemos confiar-nos a Ela, por esta razão vos recomendo tanto quanto sei e posso, desejando que meu conselho seja gravado em vossa mente e em vosso coração, que invoqueis sempre o nome de Maria, sobretudo com esta jaculatória: Maria Auxilium Christianorum, ora pro nobis – Maria, Auxílio dos Cristãos, rogai por nós.
É uma oração breve e comprovadamente muito eficaz. Aconselhei-a já a muitas pessoas e todas, ou quase todas, disseram-me que obtiveram bons resultados. O mesmo me asseguraram algumas outras que adquiriram por si mesmas o costume de rezá-la.
Todos nós temos misérias, necessitamos de ajuda. Quando, pois, quiserdes obter alguma graça espiritual, tomai o costume de recitar esta jaculatória.
Por “graça espiritual” se pode entender que sejamos libertados das tentações, das aflições de espírito, da falta de fervor, da vergonha na Confissão, que torna penosa demais a acusação dos pecados.
Se algum de vós quer afastar uma obstinada tentação, vencer uma paixão, escapar de muitos perigos desta vida, ou conquistar alguma grande virtude, invoque Maria Auxiliadora. Estas e outras graças espirituais são as que obtemos em maior quantidade e fazem maior bem às almas.
A oração deve ser feita com perseverança e fé
A quantas pessoas aconselhei a jaculatória Maria Auxilium Christianorum, ora pro nobis! A centenas, a milhares – do Oratório e de fora –, e a todas recomendei que, se recitando esta jaculatória não fossem atendidas, viessem dizer-me.
E até agora nenhuma veio comunicar-me que não obteve a graça. Digo mal e preciso corrigir meu erro: houve alguém, como aconteceu hoje mesmo, que veio queixar-se comigo de não ter sido atendido.
Mas, sabeis por quê? Interroguei-o e ele acabou por confessar que tivera, sim, a intenção de invocar Maria, mas depois não A invocou. Neste caso, quem falha não é a Virgem Maria, somos nós, deixando de rezar a Ela.
Não é Maria que não nos atende, somos nós que não queremos ser atendidos. A oração deve ser feita com insistência, com perseverança, com fé, com verdadeiro desejo de ser atendido.
Uma carta a São Bernardo…
Desejo que façais todos esta experiência e leveis vossos parentes e amigos a fazê-la também. Dizei-lhes de minha parte:
“Dom Bosco garante que, se quiserdes alcançar alguma graça espiritual, sereis atendidos se rezardes a Nossa Senhora com esta jaculatória: Maria Auxilium Christianorum, ora pro nobis. Bem entendido, precisa ser rezada com as condições que toda oração deve ter. Quem não for atendido, dê a Dom Bosco o prazer de escrever-lhe a respeito”.
Se eu souber que algum de vós rezou bem, mas em vão, escreverei logo uma carta a São Bernardo, comunicando-lhe que ele errou ao afirmar: “Lembrai-Vos, ó piíssima Virgem Maria, que nunca se ouviu dizer que algum daqueles que tenha recorrido à vossa intercessão, implorado a vossa assistência, reclamado o vosso socorro, fosse por Vós desamparado…”
Podeis, entretanto, estar certos de que não me ocorre escrever uma carta a São Bernardo. E se tal me ocorresse, o Santo Doutor logo saberia encontrar algum defeito na oração do impetrante.
Vejo-vos rir ante esta hipótese de enviar uma carta a São Bernardo. Ora, não sabemos onde se encontra São Bernardo? Não é no Céu?
Certamente, para chegar à residência de São Bernardo, o furgão postal precisaria rodar em alta velocidade e durante não se sabe quanto tempo.
Tampouco o telégrafo resolveria o problema, pois, embora a corrente elétrica percorra num instante enorme distância, faltariam os fios para lá chegar.
Entretanto, para escrever aos Santos, temos um recurso mais veloz que as viaturas, o trem de ferro, o telégrafo. Assim, não receeis de que eles não recebam imediatamente nossas cartas, mesmo quando o estafeta se atrase.
De fato, agora mesmo, enquanto vos dirijo a palavra, voo no espaço celeste com o meu pensamento mais veloz que o raio, subo acima das estrelas, percorro distâncias incomensuráveis e chego ao palácio de São Bernardo, que é um dos maiores Santos do Paraíso.
Fazei, portanto, a experiência que vos propus e, caso não sejais atendidos, não será difícil enviar uma carta para São Bernardo.
O demônio não terá mais poder algum sobre vós
Gracejos à parte, quero insistir que graveis no coração estas palavras: Maria Auxilium Christianorum, ora pro me – Maria, Auxílio dos Cristãos, rogai por mim; que a rezeis sempre em todos os perigos, em todas as tentações, em todas as necessidades; e que peçais a Maria Auxiliadora inclusive a graça de poder invocá-La. E vos prometo que o demônio irá à bancarrota.
Sabeis o que quer dizer isto? Quer dizer que o demônio não terá mais poder algum sobre vós, não conseguirá levar-vos a cometer pecado algum, será obrigado a bater em retirada.
De minha parte, no Santo Sacrifício da Missa e nos demais exercícios de piedade, eu vos recomendarei todos ao Senhor, para que Ele vos ajude, vos abençoe, vos proteja e vos conceda suas graças por intercessão de Maria Santíssima.
Texto extraído, com adaptações, da Revista Arautos do Evangelho, Maio/2019, n. 209.
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