A Oração não é um passeio, é um combate, diz Papa na Audiência Geral
A oração concede uma grande paz, mas através de uma luta interior, por vezes dura, que pode nos acompanhar por longos períodos da vida.
Cidade do Vaticano (12/05/2021, 10:27, Gaudium Press) Na manhã desta quarta-feira, 12/05, a Audiência Geral foi realizada no Pátio de São Dâmaso, no Vaticano, e contou com a presença de um ainda pequeno número de fiéis representado várias partes do mundo. Em sua catequese o Papa falou sobre “O combate da oração”.
Logo que chegou ao Pátio, o Papa saudou os presentes com alegria:
“Estou feliz em retomar estes encontros face a face, pois lhes digo uma coisa: não é bom falar diante do nada, diante de uma câmera. Encontrar as pessoas, encontrar vocês, cada um com sua história, ver cada um de vocês, para mim é uma alegria. Obrigado por sua presença e por sua visita. Levem a mensagem do Papa a todos. A mensagem do Papa é que rezo por todos, e peço que rezem por mim unidos em oração”.
A oração cristã não é um “passeio”
Iniciando suas reflexões, o Para afirmou “a oração cristã, como toda a vida cristã, não é um “passeio”.
Para o Pontífice, “nenhum dos grandes orantes que encontramos na Bíblia e na história da Igreja teve uma oração “confortável”. Sim, é possível rezar como papagaios, mas isso não é oração. Certamente ela concede uma grande paz, mas através de uma luta interior, por vezes dura, que pode acompanhar até longos períodos da vida”.
A tentação do adiamento das orações
Continuando com seu pensamento sobre a oração, o Papa afirmou:
“Rezar não é algo fácil. Cada vez que a queremos fazer, de repente lembramos de outras atividades, que naquele momento parecem mais importantes e mais urgentes. Isso acontece também comigo!”
O Papa, então, comentou sobre o adiamento das orações: “quase sempre, depois de termos adiado a oração, percebemos que aquelas coisas não eram absolutamente essenciais, e que talvez tenhamos desperdiçado tempo. O inimigo nos engana deste modo.
Quem quiser rezar deve lembrar-se de que a fé não é fácil, e por vezes procede na quase total obscuridade, sem pontos de referência”.
Os piores inimigos da oração
O Papa Francisco afirmou que “Os piores inimigos da oração estão dentro de nós” e, citou em seguida o Catecismo da Igreja Católica que os chama de: ‘Desânimo na aridez, tristeza por não dar tudo ao Senhor, porque temos “muitos bens”, decepção por não sermos atendidos segundo a nossa própria vontade, o nosso orgulho ferido que se endurece perante a nossa indignidade de pecadores, alergia à gratuidade da oração’”.
O que fazer quando tudo parece vacilar
“O que fazer no tempo da tentação, quando tudo parece vacilar? Se olharmos para a história da espiritualidade, vemos imediatamente que os mestres da alma foram muito claros sobre a situação que descrevemos”, “combater na oração. Muitas vezes a oração é um combate”, afirmou Francisco.
E logo ele falou dos Exercícios espirituais de Santo Inácio de Loyola, um livreto de grande sabedoria, que ensina como pôr a vida em ordem e de Santo Antônio Abade, fundador do monaquismo cristão, que enfrentou momentos terríveis no Egito, quando a oração se tornou uma dura luta.
Não esquecer nunca: Jesus está sempre conosco, mesmo se não O vemos
Encerrando suas reflexões sobre a oração o Papa recordou:
“Jesus está sempre conosco: se num momento de cegueira não conseguirmos vislumbrar a sua presença, conseguiremos no futuro. Também nós um dia poderemos repetir a frase que o patriarca Jacó disse certa vez: «Na verdade, o Senhor está neste lugar, e eu não o sabia!» (Gn 28, 16). No final da nossa vida, olhando para trás, também nós poderemos dizer: “Pensava que estava sozinho, mas não, não estava: Jesus estava comigo”. (JSG)
(Redação Gaudium Press, com informações e Foto Vatican News)
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