A contemplação é o olhar da fé, fixado em Jesus, recorda o Papa
Contemplar não é um modo de fazer, mas um modo de ser. Contemplar não depende dos olhos, mas do coração: é um ato de fé e amor, ‘respiro’ da relação com Deus.
Cidade do Vaticano (05-05-2021, 10:20, Gaudium Press) Na Audiência Geral desta quarta-feira, realizada na Biblioteca do Palácio Apostólico, o Papa Francisco continuou a tratar da oração. Desta vez, ele falou sobre o tema “Contemplar e rezar”.
Contemplar não é um modo de fazer, mas um modo de ser: ser contemplativo
Na semana passada o Pontífice falou sobre a meditação e hoje falou sobre a contemplação.
Segundo o Papa, a dimensão contemplativa do ser humano é um pouco como o “sal” da vida: dá sabor, dá gosto aos nossos dias. Podemos contemplar o nascer do sol, a primavera que desabrocha ou uma obra de arte.
“Quem vive numa grande cidade, onde tudo é artificial e funcional, corre o risco de perder a capacidade de contemplar. Antes de mais, contemplar não é um modo de fazer, mas um modo de ser. Ser contemplativo”, observou Francisco.
Contemplar, disse o Pontífice, não é um modo de fazer, mas um modo de ser. Ser contemplativo, prosseguiu, não depende dos olhos, mas do coração:
“E nisto entra em jogo a oração, como um ato de fé e amor, como ‘respiro’ da nossa relação com Deus.”
A contemplação é o olhar da fé, fixado em Jesus
Francisco recordou São Cura d’Ars, que definia a contemplação como sendo o olhar da fé, fixado em Jesus: “Eu olho para Ele e Ele olha para mim”, dizia o Santo.
E o Papa comenta: “Tudo nasce disto: de um coração que se sente visto com amor. Então a realidade é contemplada com olhos diferentes.”
Contemplar não é o oposto da ação
Francisco explicou que a contemplação não é o oposto da ação e não é correto fazer esta contraposição:
“Este é certamente um dualismo que não pertence à mensagem cristã. No Evangelho, há apenas uma grande chamada, que é seguir Jesus no caminho do amor.
“Este é o ápice e o centro de tudo. Neste sentido, caridade e contemplação são sinônimos, dizem a mesma coisa.”
Este é o caminho da oração de contemplação: eu olho para Ele e Ele olha para mim
O Papa mencionou ainda São João da Cruz lembrando que ele afirmava que um pequeno ato de amor puro é mais útil para a Igreja do que todas as outras obras juntas:
“O que nasce da oração e não da presunção do nosso ego, o que é purificado pela humildade, mesmo que seja um ato de amor isolado e silencioso, é o maior milagre que um cristão pode realizar. Este é o caminho da oração de contemplação: eu olho para Ele e Ele olha para mim. E ali está o ato de amor no diálogo silencioso com Jesus que faz tanto bem à Igreja.” (JSG)
(Com informações e foto VaticanNews”
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