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Europa perde a Fé e a Razão, deplora cardeal Parolin em entrevista

Pelas mudanças antropológicas realizadas hoje, perde-se a identidade da pessoa humana, perde-se a Fé na Europa, na cultura, em nossos países, perde-se a razão: é lamentável.

Pelas mudanças antropológicas realizadas hoje, perde-se a identidade da pessoa humana, perde-se a Fé na Europa, na cultura, em nossos países, perde-se a razão: é lamentável.

Redação (06/04/2021, 12:10, Gaudium Press) Em uma entrevista concedida a José Luis Restán, diretor da rádio espanhola COPE, divulgada na segunda-feira, 05/04, o Cardeal Secretário de Estado Pietro Parolin, abordou vários pontos de interesse.

Perda da Fé e da Razão na Europa

Em sua entrevista, tratando da Europa e da emergência de uma nova legislação sobre questões éticas cada vez mais distantes das raízes cristãs, Dom Parolin pode expressar seu lamento pela “a perda de fé” nestas “mudanças antropológicas que estão ocorrendo” e salientou que “perder a identidade da pessoa humana, mais do que uma perda de fé” representa “uma perda da razão”:

“Lamento muito a perda de fé em nossa Europa, em nossa cultura, em nossos países e por essas mudanças antropológicas que estão levando à perda da identidade da pessoa humana. Antes da perda de fé, eu diria que é uma perda de razão”, disse o Purpurado recordando a lei de eutanásia que foi recentemente aprovada na Espanha.

O Cardeal recorda que o Papa disse, por exemplo, “a questão do aborto não é uma questão religiosa”, mas uma questão da razão. E “provavelmente hoje, como disse Bento XVI, o problema fundamental é a razão, não a fé”.

Necessidade do Testemunho Cristão constante e coerente

Para Parolin, a missão da Igreja na Europa é a do testemunho. “Devemos testemunhar a nossa fé, testemunhar a nossa esperança, testemunhar a nossa caridade”, sem imposições, mas somente oferecendo “um testemunho coerente e convicto de vida cristã”, como aconteceu nos primeiros séculos da Igreja, quando apóstolos e discípulos chegaram a uma sociedade carente de valores cristãos e através de seu testemunho “conseguiram mudar a mentalidade e introduzir os valores do Evangelho na sociedade daquele tempo”.

Parolin e os cristãos iraquianos

Ao tratar da viagem ao Iraque da qual participou, o Cardeal disse que recorda essa viagem como a ida ao encontro com uma Igreja perseguida, que continua sofrendo e vivendo em um “clima de desconfiança e incerteza que não permite aos cristãos ver um futuro no país”.

Para o Cardeal os católicos iraquianos passaram uma grande lição: “O que eles nos ensinaram é o testemunho de fé que vai até o martírio”. Esta é a grande lição que aprendemos com os cristãos iraquianos”.

Apesar dos ataques e das mortes, os cristãos continuam a professar sua fé católica com grande coragem: “Este é um grande ensinamento”. “Eles nos ensinam esta capacidade de sermos fiéis apesar de todas as dificuldades”, observou, “mas ao mesmo tempo nos pedem mais solidariedade”.

O que é a diplomacia do Vaticano para o Secretário de Estado

“Estamos ao serviço da comunhão” e também da defesa e “da promoção da liberdade da Igreja, da liberdade religiosa”. Assim como a tarefa em prol da paz no mundo. Esta é a minha maneira de ver a diplomacia”.

Foi assim que o Cardeal Secretário de Estado Pietro Parolin expressou seu pensamento na entrevista à COPE.

O Purpurado fala da vocação sacerdotal, da diplomacia e de nunciaturas

O Cardeal Secretário de Estado, pela sua própria função é um grande conhecedor da realidade da Igreja nos cinco continentes, mas ele afirmou: “Acredito que minha vocação fundamental é a sacerdotal”. Eu me sinto chamado, ainda me sinto chamado a ser um sacerdote, um ministro do Senhor que trabalha na Igreja pelas almas” e recordou que “existem várias maneiras de exercer o sacerdócio” e que a diplomacia eclesiástica é uma delas.

“Nunca encontrei uma contradição entre ser sacerdote e ser diplomata, até porque, especialmente depois do Concílio Vaticano II, “a tarefa dos núncios é uma tarefa pastoral”, destinada a “fortalecer os laços entre a Santa Sé e as igrejas locais”, explicou.

A reforma da Cúria Romana

Para Pietro Parolin, a tarefa do Secretário de Estado continuará inalterada mesmo quando a reforma da Cúria Romana ela estiver concluída.

O Cardeal informou que uma nova Constituição Apostólica substituirá a ordem da Cúria atualmente em vigor, provavelmente mantendo o título das primeiras palavras “Praedicate Evangelium”.

O Secretário de Estado –disse– continuará a coordenar a Secretaria de Estado, órgão que auxilia de perto o Pontífice Santo Padre no governo da Igreja, em suas três seções: para assuntos gerais, para as relações com os Estados e para o pessoal diplomático: “Continuará a coordenar estas três seções”, especificou Parolin, “e a trabalhar acima de tudo, imagino, para a diplomacia eclesiástica”, informou .

É necessário rezar, precisamos da oração, dia Pietro Parolin

Hoje mais do que nunca, concluiu o Cardeal Parolin, precisamos rezar, para nos unir a todos em oração, para que o Senhor nos ajude a sermos fiéis “à missão de testemunhar o Evangelho e também à nossa pertença à Igreja no mundo de hoje”. (JSG)

 

(Redação Gaudium Press, com informações e Foto VaticanNews)

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