Quem quer ver Jesus deve olhar para a Cruz, diz Papa no Angelus
Para mostrar Jesus: levar uma vida que toma sobre si o estilo de Deus: proximidade, compaixão, ternura, que se doa no serviço. Que mostre a cruz, a “árvore da vida”, da vida superabundante.
Cidade do Vaticano (22/03/2021, 10:00, Gaudium Press) Neste domingo, 21/03, o Papa Francisco voltou a rezar a oração mariana do Angelus na Biblioteca do Palácio Apostólico e, devido ao avanço da epidemia do coronavírus na Itália, com a Praça São Pedro totalmente vazia.
Em suas palavras ditas como reflexões, o Papa Francisco recordou o trecho do Evangelho em que São João relata um episódio ocorrido nos últimos dias da vida de Jesus, pouco antes de Sua Paixão.
Encontrando-se em Jerusalém para a festa da Páscoa, alguns gregos expressam o desejo de vê-lo. Eles se aproximam do apóstolo Felipe e lhe dizem: “Queremos ver Jesus”.
Ainda hoje muitas pessoas gostariam de “ver Jesus”, encontrá-lo, conhecê-lo
O Papa afirmou a propósito deste episódio evangélico narrado por São João:
“Ainda hoje muitas pessoas, muitas vezes sem dizer isso, de forma implícita, gostariam de “ver Jesus”, encontrá-lo, conhecê-lo”.
A partir dessa constatação, Francisco comentou: “compreendemos a grande responsabilidade de nós cristãos e de nossas comunidades. Também nós devemos responder (ao pedido dos que querem ver Jesus) com o testemunho de uma vida que se doa no serviço. Uma vida que toma sobre si o estilo de Deus: proximidade, compaixão, ternura e se doa no serviço. Trata-se de plantar sementes de amor, não com palavras que voam para longe, mas com exemplos concretos, simples, corajosos”.
Na provação e na solidão, enquanto a semente morre, a vida brota e produz frutos maduros
O Papa comentou que numa vida levada assim, a graça de Deus nos leva a produzir frutos, mesmo que estejamos vivendo em um terreno que seja para nós árido por causa de incompreensões, dificuldades ou perseguições.
O Pontífice comentou que é exatamente na provação e na solidão, enquanto a semente morre, a vida brota e produz frutos maduros em seu próprio tempo.
Continuando suas reflexões, o Papa afirmou que é neste entrelaçamento de morte e vida que experimentamos a alegria e a verdadeira fecundidade do amor.
Para todo homem que o procura, Jesus “é a semente escondida pronta para morrer a fim de dar muitos frutos”.
Com estas palavras foi que o Papa Francisco interpretou a passagem do Evangelho em que São João relata um episódio no qual alguns gregos expressam o desejo de vê-lo e se aproximam do apóstolo Felipe e lhe dizem: “Queremos ver Jesus”.
Para conhecer e compreender Cristo deve-se olhar “o grão de trigo que morre na terra”, deve-se olhar para a cruz
Segundo o Para Francisco, neste pedido dos gregos “podemos discernir o pedido que tantos homens e mulheres, de todos os lugares e de todas as épocas, dirigem à Igreja”.
Jesus responde ao pedido dos gregos a Felipe deles com estas palavras:
“Chegou a hora de o Filho do Homem ser glorificado”. […] Se o grão de trigo cai na terra e não morre, permanece sozinho; mas se morre, dá muito fruto”.
Então, o Pontífice explicou que para conhecer e compreender Cristo deve-se olhar “o grão de trigo que morre na terra”, deve-se olhar para a cruz.
Faz-nos pensar no sinal da cruz, –continuou o Papa– que ao longo dos séculos se tornou o emblema por excelência dos cristãos. Aqueles que querem “ver Jesus” hoje, talvez vindo de países e culturas onde o cristianismo é pouco conhecido, o que eles veem antes de tudo? Qual é o sinal mais comum que eles encontram? O crucifixo. Nas igrejas, nos lares dos cristãos, até mesmo usado em seu próprio corpo. O importante é que o sinal seja coerente com o Evangelho: a cruz não pode deixar de expressar o amor, o serviço, o dom de si sem reservas: só assim é verdadeiramente a “árvore da vida”, da vida superabundante.
Concluindo, Francisco pediu à Virgem Maria que nos ajude a seguir Jesus, a caminhar fortes e felizes no caminho do serviço, para que o amor de Cristo possa brilhar em todas as nossas atitudes e se torne cada vez mais o estilo de nossa vida diária”. (JSG)
(Redação Gaudium Press, com informações Vatican News – Foto Pinterest)
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