São Nicolau de Flue: guerreiro e místico
São Nicolau de Flue exerceu os mais variados ofícios, como o de um simples pastor, militar, juiz e pai de família, mas nunca deixou de ter visões e revelações místicas.
Redação (21/03/2021 11:12, Gaudium Press) Nicolau de Flue nasceu no dia 25 de março de 1417, falecendo no mesmo dia, no ano de 1487. Era natural do cantão de Unterwalden, na Suíça.
Filho de modestos agricultores, demonstrou, desde criança, aptidões invulgares de inteligência e piedade. Por isso seus pais procuraram dar-lhe uma educação um pouco melhor daquela que seria ministrada a um futuro lavrador.
Nicolau sentia enorme inclinação para a vida contemplativa. Tinha visões que o convidavam a isso. Mortificava-se tão violentamente que sua mãe temeu por sua saúde e procurou orientá-lo nesse sentido.
É interessante que, mesmo com tal vocação, Nicolau casou-se, tendo numerosa prole e atingindo seus descendentes as mais altas dignidades do país.
Casado, continuou com seu gênero de vida: levantava-se cada noite para rezar e todos os dias recitava o Saltério em honra de Nossa Senhora.
Aos 23 anos foi ele chamado a lutar contra o cantão de Zurique, que se rebelara contra a Confederação Helvética.
Numa das mãos a espada, noutra o Rosário
Quatorze anos mais tarde, ainda nessa luta, comandou, como capitão, uma companhia de cem homens. Nicolau, na guerra, lutava sempre tendo numa das mãos a espada e, na outra, seu Rosário.
Soldado de bravura invulgar recebeu a mais alta condecoração de sua terra.
Ao voltar para casa, quiseram fazê-lo prefeito, mas ele não aceitou por causa da humildade de sua origem.
Entretanto, exerceu com rara habilidade o cargo de juiz. Deixou-o após nove anos, para se dedicar exclusivamente ao cuidado de sua alma.
Suas visões não o deixavam
Guardando o rebanho viu, certa ocasião, um lírio maravilhoso que saía de sua própria boca e elevava-se até as nuvens, mas caía sobre a terra e era devorado por um cavalo. Compreendeu, então, que a contemplação das coisas celestes, em sua vida, era frequentemente absorvida pelos cuidados materiais.
Abandonou, então, mulher e filhos e fez-se eremita.
Evidentemente, a mulher deve ter concordado, do contrário ele não seria Santo.
Tinha muitos êxtases. Por anos, alimentou-se somente da Santa Eucaristia, recebida uma vez por mês.
Amado e venerado por seus concidadãos, que muitas vezes o chamaram para apaziguar rixas entre os cantões, ele sempre obteve êxito nessas missões.
Pouco antes de morrer, Nicolau foi atingido por dores violentas. “Ah, como a morte é terrível!”, dizia ele. Mas exalou o último suspiro com grande calma.
Peçamos a São Nicolau de Flue a graça, que com certeza ele obteve, de não vulgarizar, na vida de todos os dias, os favores celestes recebidos. Imploremos também que ele se apiede de nós e se debruce sobre nossa fraqueza, e dê estabilidade aos bons pensamentos que possam passar por nossas almas.
Rezemos com São Nicolau de Flue esta oração composta por ele mesmo:
“Meu Deus, dai-me tudo que de Vós me aproxima; tirai-me tudo que de Vós me afasta”.
Texto extraído, com pequenas adaptações, da Revista Dr Plinio n.240, março 2018.
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