Viagem ao Iraque leva Papa ao encontro com vítimas do Estado Islâmico
Os cristãos são uma minoria no Iraque. Em 2003 eles eram cerca de 1,4 milhões, porém, hoje, seu número diminuiu em mais de 80%.
Redação (05/03/2021, 15:10, Gaudium Press) O Papa Francisco está apenas iniciando sua viagem histórica ao Iraque. Além de Bagdá por onde iniciou sua visita, Francisco deverá passar ainda por Najaf, Ur, Erbil –no Curdistão iraquiano– Mossul e Qaraqosh.
No Iraque, os Cristãos formam uma minoria religiosa que diminuiu mais depois de 2003
Os cristãos são uma minoria no Iraque. Em 2003 eles eram cerca de 1,4 milhões, porém, hoje, o número de cristãos no país diminuiu muito.
Calcula-se que em duas décadas houve uma diminuição deles em mais de 80%. Seu número hoje é de cerca de apenas 250 mil.
Antes do exílio, a maioria dos cristãos vivia na província de Nínive, cuja capital é Mossul, uma região particularmente atingida pela ação terrorista dos jihadistas do denominado Estado Islâmico.
No sábado, Francisco vai a Ur e volta a Bagdá: pela primeira vez um Papa celebrará Missa no rito caldeu
No sábado, o Papa viaja até Najaf, onde visita o Aiatola Sayyid Ali Al-Husayni Al-Sistani, e realiza um encontro com líderes religiosos na Planície de Ur.
Ainda no sábado, de regresso a Bagdá, o Papa presidirá a uma Missa na Catedral de São José. A Missa será rezada utilizando a liturgia do rito caldeu.
Conforme destacou o porta-voz do Vaticano, Francisco será o primeiro Papa a presidir a uma Missa neste rito. A Catedral de São José, foi alvo de um ataque terrorista da Al-Qaeda, em 2010
A comunidade caldeia, que pertence a um dos vários ritos orientais da Igreja Católica, faz suas orações na mesma língua que Jesus falava, ou seja, o aramaico.
Trata-se de uma comunidade que sobrevive há cerca de 2 mil anos sem nunca ter tido um rei ou um império cristão no território em que habita.
No domingo o Papa vai a Mossul, Qaraqosh, Erbil, venera imagem danificada pelo Estado Islâmico
No domingo, Francisco encontra-se com autoridades religiosas e civis da Região Autónoma do Curdistão Iraquiano, no aeroporto de Erbil, antes da simbólica oração de sufrágio pelas Vítimas da Guerra no ‘Hosh al-Bieaa’ (praça da igreja) em Mossul.
Este local, próximo da cidade bíblica de Nínive, tem quatro igrejas danificadas ou destruídas pelo autoproclamado Estado Islâmico.
Dando continuidade a sua viagem, o Papa visitará a comunidade de Qaraqosh, na Igreja da Imaculada Conceição, que também foi destruída pelos jihadistas e reconstruída.
Depois desta visita à comunidade de Qaraqosh, o Papa celebra uma Missa no Estádio “Franso Hariri”, em Erbil, quando se prevê uma participação de 10 mil pessoas.
Esta celebração vai contar com a exposição da imagem de Nossa Senhora de Karemlesh, danificada pelos terroristas do Estado Islâmico.
A visita de Francisco deverá ser concluída na manhã de segunda-feira, com a cerimónia de despedida no Aeroporto Internacional de Bagdá.
Matteo Bruni cometa “viagem diferente”: covid-19, carro blindado, segurança, acompanhantes
Sobre esta visita Matteo Bruni, porta voz da Santa Sé, recordou que toda a comitiva papal e os jornalistas que acompanham a viagem foram vacinados contra a Covid-19.
Matteo Bruni considerou que seja “provável” que o Papa use um carro blindado, nas suas deslocações. O porta voz admitiu ainda que, por causa da pandemia, esta será uma viagem “diferente”, considerando-a como uma das “mais interessantes” do pontificado.
Entre militares, polícias e agentes à paisana, mais de 10 mil agentes de segurança vão acompanhar os deslocamentos de Francisco.
Tendo que percorrer mais de 7330 quilómetros em quatro dias, num total de 15 horas de deslocações aéreas e rodoviárias, sem dúvida, a visita deve ser considerada como fisicamente exigente para o Papa.
Francisco terá a companhia do cardeal Fernando Filoni, antigo núncio apostólico no Iraque que decidiu permanecer em Bagdá durante os bombardeamentos de 2003. (JSG)
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