Batismo: gesto gratuito da misericórdia de Deus para conosco, diz Papa
Jesus não nos salva do alto, com uma decisão soberana ou um ato de força: Ele nos salva vindo ao nosso encontro e tomando sobre si os nossos pecados.
Cidade do Vaticano (11/01/2021, 10:15, Gaudium Press) Por causa dos cuidados para evitar o aumento da propagação da Pandemia do coronavírus, neste domingo (10/01), dia que a Igreja celebrou o Batismo do Senhor, o Papa Francisco voltou a rezar a oração mariana Angelus na Biblioteca do Palácio Apostólico.
Grande parte da vida de Nosso Senhor Jesus Cristo foi vivida no recolhimento
Nas palavras proferidas antes da recitação da oração mariana, o Papa comentou que ainda a poucos dias atrás a liturgia nos descreve a Solenidade da Epifania, quando os Reis Magos visitaram o Menino Deus recém-nascido.
Em seguida Francisco comentou:
“Hoje, encontramos Jesus como adulto nas margens do Jordão.
A Liturgia nos faz dar um salto de cerca de trinta anos, trinta anos dos quais sabemos uma coisa: foram anos de vida escondida, que Jesus transcorreu em família, alguns anos no Egito, como migrante para fugir da perseguição de Herodes, outros em Nazaré, aprendendo a profissão de José, obedecendo aos pais, estudando e trabalhando”.
A maior parte do tempo de Jesus na Terra foi vivido no recolhimento, no seio da Sagrada Família, na vida de todos os dias, sem aparecer
O Papa seguiu com suas palavras acrescentando outras observações:
“É impressionante que a maior parte do tempo do Senhor na Terra foi passado desta maneira, vivendo a vida de todos os dias, sem aparecer. Pensamos que segundo os Evangelhos foram três anos de pregação, de milagres e muitas coisas. Os outros anos foram de vida escondida na família. É uma bela mensagem para nós: nos revela a grandeza do cotidiano, a importância aos olhos de Deus de cada gesto e momento da vida, mesmo o mais simples e escondido.
Vida pública de Jesus inicia-se com seu Batismo, depois de trinta anos vividos em recolhimento
“Depois desses trinta anos de vida oculta, começa a vida pública de Jesus. E começa com o seu batismo no Rio Jordão. Jesus é Deus. Por que Jesus vai se batizar? ”, perguntou o Papa, respondendo em seguida:
“O batismo de João consistia num rito penitencial, era um sinal da vontade de se converter, de ser melhor, pedindo o perdão dos pecados. Jesus certamente não precisava disso. De fato, João Batista tenta se opor, mas Jesus insiste. Por quê?
Porque ele quer estar com os pecadores”, respondeu Francisco.
Jesus nos salva vindo ao nosso encontro tomando sobre si os nossos pecados: os céus se abrem…
Segundo o Pontífice, Jesus “nos diz que não nos salva do alto, com uma decisão soberana ou um ato de força, um decreto, não: Ele nos salva vindo ao nosso encontro e tomando sobre si os nossos pecados. É assim que Deus vence o mal do mundo: abaixando-se e assumindo”.
Francisco sublinhou que “depois deste gesto de compaixão de Jesus, acontece uma coisa extraordinária: os céus se abrem e a Trindade finalmente se revela. O Espírito Santo desce em forma de pomba e o Pai diz a Jesus: ‘Tu és o meu Filho amado’”.
Deus pousa o seu olhar sobre o mundo: Deus se manifesta quando a misericórdia aparece
Deus se manifesta quando a misericórdia aparece. Não se esqueçam disso! Deus se manifesta quando a misericórdia aparece, porque esse é o seu rosto. Jesus se torna o servo dos pecadores e é proclamado Filho; Ele se abaixa sobre nós e o Espírito desce sobre Ele. O amor chama o amor. É válido também para nós: em cada gesto de serviço, em cada obra de misericórdia que fazemos, Deus se manifesta, Deus pousa o seu olhar sobre o mundo. Isso vale para nós.
Batismo: gesto gratuito da misericórdia de Deus para conosco
“Sacramentalmente, isto se realiza no dia do nosso Batismo, mas também os que não são batizados recebem a misericórdia de Deus sempre, porque Deus está ali, espera.
Segundo o Papa, “mesmo antes que façamos qualquer coisa, a nossa vida é marcada pela misericórdia que se pousou sobre nós. Fomos salvos gratuitamente. A salvação é grátis”.
“É o gesto gratuito da misericórdia de Deus para conosco. Sacramentalmente, isto se realiza no dia do nosso Batismo, mas também os que não são batizados recebem a misericórdia de Deus sempre, porque Deus está ali, espera. Espera que as portas de seus corações se abram. Se aproxima, permito-me dizer, nos acaricia com a sua misericórdia, concluiu Francisco. (JSG)
(Das Redação Gaudium Press, com informações Vatican News)
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