Ano Compostelano: A misericórdia de Deus acompanha nosso caminho de peregrino, diz Papa
O Ano Jubilar já começou em Santiago de Compostela, na Espanha. Mensagem do Papa é um convite para um caminho de conversão.
Redação (04/01/2021, 15:05, Gaudium Press) Com a passagem do último dia do 2020 teve início o denominado Ano Compostelano.
O Ano Compostelano é um jubileu sempre realizado nos anos em que o dia 25 de julho, dedicado à memória de São Tiago, cai em um domingo. Esse será o caso de 2021 do mesmo modo como foi em 2010 e voltará a ser em 2027.
Nas palavras de Dom Julián Barrio Barrio, arcebispo de Santiago de Compostela, o Ano Compostelano deverá ser “um ano de graça e de perdão” para todos aqueles que desejam dele participar.
O Ano Compostelano de 2021 que será o terceiro Ano Santo Compostelano do terceiro milênio do cristianismo, deverá expressar, afirma o arcebispo, “o testemunho corajoso de São Tiago Apóstolo, uma oportunidade para redescobrir a vitalidade da fé e da missão, recebida no Batismo”.
Na abertura da Porta Santa do jubileu, o arcebispo de Santiago recebeu uma mensagem do Papa Francisco expressando seu carinho e proximidade a Dom Julián e “a todos aqueles que participam deste momento de graça para toda a Igreja e, em particular, para a Igreja na Espanha e na Europa”.
Mensagem do Papa: como peregrinos, acolhemos a voz do Senhor em atitude de escuta e de busca para encontrar Deus
Seguindo os passos do Apóstolo, escreve o Pontífice em sua Mensagem, “deixamos o nosso eu, aquelas certezas às quais nos agarramos, mas com um objetivo claro em mente, não somos seres errantes, sempre girando em torno de nós mesmos sem chegar a lugar algum. É a voz do Senhor que nos chama e, como peregrinos, nós a acolhemos em atitude de escuta e de busca, empreendendo esta viagem para encontrar Deus, os outros e nós mesmos”.
A misericórdia de Deus acompanha o nosso caminho de peregrino
A Mensagem do Papa afirma que o objetivo do peregrinar é tão importante quanto o caminho rumo a ele: um caminho de conversão seguindo Jesus, o Caminho, a Verdade e a Vida.
O texto continua com uma mensagem que reafirma: “neste caminho, a misericórdia de Deus nos acompanha e, mesmo que a condição de fraqueza devida ao pecado permaneça, ela é superada pelo amor que nos permite olhar para o futuro com esperança e estar prontos para colocar a nossa vida de volta ao caminho certo”.
Para caminhar com leveza, deve-se desligar das coisas que pesam: “sair de si mesmo para se unir aos outros”
Segundo o Papa, para se colocar em caminho, devemos primeiramente nos desligar das coisas que nos pesam. Depois, –afirma– na vida, não caminhamos sozinhos e confiar nos nossos companheiros sem suspeitas e desconfianças “nos ajuda a reconhecer no próximo um dom que Deus nos dá para nos acompanhar nesta jornada”.
É uma questão de “sair de si mesmo para se unir aos outros”, de esperar e se apoiar uns aos outros, compartilhando trabalhos e realizações.
No final da caminhada da peregrinação: uma mochila vazia, mas um coração cheio
No final da viagem, escreve o Papa, nos encontraremos com uma mochila vazia, mas com “um coração cheio de experiências forjadas em contraste e em harmonia com a vida de nossos outros irmãos e irmãs que vêm de diferentes contextos existenciais e culturais”. E, redescobrindo o nosso dever, ser discípulo missionário “para chamar todos para aquela pátria para a qual estamos nos movendo”.
O peregrino é aquele que é capaz de se colocar nas mãos de Deus…
Em sua Mensagem enviada ao arcebispo de Santiago a propósito do Ano Compostelano de 2021, Francisco descreve o peregrino como aquele que é capaz de se colocar nas mãos de Deus, consciente de que a pátria prometida já está presente em Cristo que está perto dele.
Para Francisco, os três gestos que os peregrinos fazem ao chegar à Porta Santa lembram o motivo da viagem:
o primeiro “é contemplar no Pórtico da Glória o olhar sereno de Jesus, o juiz misericordioso”, que nos acolhe na sua casa.
O segundo é o abraço que nos vem da imagem de São Tiago Apóstolo que nos mostra o caminho da fé.
O terceiro gesto, a participação na celebração eucarística, nos convida a “sentir que somos o povo de Deus”, chamado “a compartilhar a alegria do Evangelho”. (JSG)
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