Devemos aprender a não amaldiçoar, mas a abençoar, recomenda Papa
A capacidade de se sentir abençoado e a capacidade de abençoar é uma dimensão essencial da oração: esta é a raiz da mansidão cristã.
Cidade do Vaticano (02/12/2020, 11:50, Gaudium Press) Dando continuidade ao ciclo de catequeses sobre a oração, que vem sendo realizado na Audiência Geral das Quartas-feiras, hoje, o Papa Francisco tratou da “bênção”, como sendo uma dimensão essencial da oração.
Ainda por causa da pandemia do coronavírus, a Audiência Geral foi desenvolvida na Biblioteca do Palácio Apostólico.
Deus abençoa continuamente a vida, abençoa o homem e a mulher, os animais, a criação
Francisco deu início a suas reflexões recordando as Sagradas Escrituras:
“Nas narrações da criação Deus abençoa continuamente a vida. Abençoa os animais, abençoa o homem e a mulher, e no final abençoa o sábado, dia de descanso e de fruição de toda a criação.
Nas primeiras páginas da Bíblia há uma repetição contínua de bênçãos. Deus abençoa, mas também os homens abençoam, e depressa descobre-se que a bênção possui uma força especial, que acompanha o destinatário ao longo da vida e dispõe o coração humano a deixar-se mudar por Deus”.
No início do mundo, há Deus que “diz bem”, que bendiz…
E o Papa logo em seguida acrescentou a seus comentários:
Portanto, no início do mundo há Deus que “diz bem”, que bendiz. Ele vê que cada obra das suas mãos é boa e bela, e quando chega ao homem e completa-se a criação, Ele reconhece que é “muito boa”.
A beleza que Deus imprimiu em sua obra foi alterada, o homem degenerou-se
Pouco tempo depois, –acrescentou o Papa- aquela beleza que Deus imprimiu em sua obra será alterada e o ser humano se tornará uma criatura degenerada, capaz de difundir o mal e a morte no mundo; mas nada poderá apagar a primeira marca de Deus, uma marca de bondade que Deus colocou no mundo, na natureza humana, em todos nós. A capacidade de abençoar e ser abençoado.
Deus não errou com a criação, nem com a criação do homem. A esperança do mundo reside completamente na bênção de Deus: Ele continua a nos amar.
Nosso Senhor Jesus Cristo é a grande bênção de Deus
O Pontífice destacou em seguida que “a grande bênção de Deus é Jesus Cristo, é o grande dom de Deus, é o seu filho. Uma bênção para toda a humanidade, uma bênção que salvou a todos nós.
Jesus é a Palavra eterna com o qual o Pai nos abençoou, ‘quando éramos ainda pecadores’, diz São Paulo: Palavra que se fez carne e foi oferecida por nós na cruz”.
Nenhum pecado pode cancelar a imagem que Deus imprimiu em nós
Para o Papa, “não há pecado que possa cancelar completamente a imagem de Cristo presente em cada um de nós. Nenhum pecado pode cancelar aquela imagem que Deus nos deu. A imagem de Cristo. Pode desfigurá-la, mas não a pode subtrair à misericórdia de Deus. Um pecador pode permanecer nos seus erros por muito tempo, mas Deus é paciente até o fim, esperando que no final aquele coração se abra e mude. Deus é como um bom pai, é um bom pai, e como uma boa mãe. Ele também é uma boa mãe: nunca deixa de amar o seu filho, por mais que ele possa errar”.
Deus ensinou a abençoar e devemos abençoar: a bênção é a oração de louvor, de adoração, de ação de graças
Francisco fez uma exortação ao sublinhar que “A Deus que abençoa, nós também respondemos abençoando: Deus nos ensinou a abençoar e nós devemos abençoar. É a oração de louvor, de adoração, de ação de graças”.
“A oração é alegria e gratidão. Deus não esperou que nos convertêssemos para começar a nos amar, mas o fez muito antes, quando ainda estávamos no pecado.”
Bendizer a Deus é abençoar todos os irmãos, abençoar o mundo
Para chegar ao termo de suas considerações disse o Pontífice:
“Não podemos apenas bendizer este Deus que nos abençoa. Devemos bendizer tudo Nele. Todas as pessoas. Bendizer a Deus é abençoar todos os irmãos, abençoar o mundo.
Esta é a raiz da mansidão cristã. A capacidade de se sentir abençoado e a capacidade de abençoar. Se todos nós fizéssemos assim certamente não haveriam as guerras. Este mundo precisa de bênção e nós podemos dar e receber a bênção.
O Pai nos ama. E tudo o que nos resta é a alegria de o abençoar e lhe agradecer, e de aprender com Ele a não amaldiçoar, mas a abençoar.” (JSG)
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