Rezemos pelos governantes!
Na política de hoje, tudo é cinza.
Redação (15/11/2020 09:40, Gaudium Press) É preciso rezar pelos que nos governam. Sim, esta é a recomendação que São Paulo deu a seu filho espiritual, São Timóteo, e que há pouco contemplamos na Liturgia.
Hoje, talvez mais do que nunca, é necessário rezar pelas autoridades públicas.
O mundo assiste nestes dias – pasmo, assustado ou risonho? – o palco americano. Nesta tragédia (ou comédia), como nos bons teatros antigos, um e outro lado se digladiam, sem que os espectadores possam imaginar qual será o desfecho da história. É verdade que muitas autoridades de peso já felicitam a um; mas também é certo que o outro não deu o braço a torcer.
Como dizíamos, algumas pessoas da plateia já aclamaram um dos lutadores estadunidenses. Este, curiosamente a um tempo católico e abortista, foi aplaudido tanto por autoridades comunistas como pelo episcopado americano. A mídia, como de costume imparcial, comemora também o candidato. É, de fato, um personagem eclético.
O outro, porém, alega fraude eleitoral. Parece que a disputa está tão acirrada, que até os mortos se ergueram de suas tumbas para manifestar suas intenções políticas.
Verdade ou não, o acontecido fez-me recordar uma expressão francesa: “Debout les morts”, que significa “de pé os mortos”. A frase nasceu durante a 1ª guerra mundial quando um soldado, chegado o momento do avanço e vendo os agonizantes estirados na trincheira, disse em alta voz: “debout les morts”. Se o momento é crítico, até os mortos têm de intervir…
Como seria bom se, realmente, alguns mortos pudessem colocar-se de pé! Sim, porque o que representa os “representantes do povo” na atualidade? Onde estão aqueles estadistas de outrora, de ideologias claras ainda que controversas? Na política de hoje tudo é indefinição, mistura, confusão. Para ilustrar com uma cor, tudo é cinza.
Como seria bom se, “debout les morts”, voltassem do passado alguns dos governantes que representavam alguma coisa de fato! Para continuar no mundo anglo, recordo uma frase da célebre “Dama de ferro”, Margaret Tatcher: “Eu não sou uma política de consenso, sou uma política de convicção”.
Como vai acabar o espetáculo americano? Rezemos pelos governantes!
Rezemos também pelas autoridades brasileiras.
Tivemos votação no dia 15 de novembro. Nas relações entre política e religião, não convém a esta dominar aquela. Mas também é verdade que os interesses de Deus devem prevalecer sobre os de César. Oremos, então, para que os governantes de hoje sirvam mais a Deus do que aos seus interesses: “Antes de tudo, recomendo que se façam súplicas, orações, intercessões e ações de graças por todos os homens; pelos reis e por todos os que exercem autoridade, para que tenhamos uma vida tranquila e pacífica, com toda a piedade e dignidade” (1 Tim 2,1-2).
Por Paulo da Cruz
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