Ler: é preciso!
A leitura de um livro é um turismo feito, não com as pernas, mas com o espírito.
Redação (12/11/2020 09:57, Gaudium Press) A leitura de um bom livro, tão posta de lado em nossos dias, é como o prazer de jogar; quando se estabelece um vínculo de disputa com o autor, através do qual o homem é capaz de se “desligar” do mundo.
O hábito de ler enobrece nosso espírito e nos eleva a panoramas culturais mais universais, tornando possível o descortinar de afinidades intelectuais, antes impensáveis.
No entanto, se a leitura é algo tão prazeroso e entretido, por que as pessoas não a praticam? Como qualquer jogo, a leitura precisa ser treinada. É necessário criar o gosto pela leitura, e, nesta linha, buscar temas pelos quais se tenha uma inclinação natural, de acordo com a psicologia de cada um.
Ressalte-se não convir a preocupação de ler página por página. Se algum trecho não me apetece – seja pelo denso da matéria, seja pelo ininteligível do assunto –, é conveniente saltar o obstáculo e prosseguir na leitura, ainda que em detrimento de uma compreensão mais aprofundada, a qual, por certo, se adquirirá com o tempo.
“A leitura de um livro é um turismo feito, não com as pernas, mas com o espírito”.[1]
Importa salientar que o hábito da leitura implica também num afastamento temporário dos problemas cotidianos. Grandes intelectuais e homens de ação, e até mesmo Papas – como São Pio X – faziam questão de ler algum livro de História antes de se deitar, todos os dias. Dessa maneira, podiam “descansar a mente da vulgaridade do cotidiano”;[2] além de passearem um pouco por outros povos, outros costumes, outras concepções de vida.
“Leitura e conversa”
Dizia-se, em épocas passadas, que um dia sem leitura equivalia a dois dias sem tema de conversa.
Eis outro assunto bem atual: sobre o que se conversa hoje? Há conversa em família? Quem lê, habitualmente tem algo interessante a contar. Sua mente vive povoada de fatos dignos de nota, gestos que deram celebridade a grandes homens ou ditos cheios de espírito que nunca perdem a atualidade.
Outra grande vantagem aufere quem tem o hábito da leitura: saber ortografia. Muitas vezes, sabe-se o significado correto da palavra e a emprega adequadamente; no entanto, sua grafia é desconhecida por a ter ouvido centenas de vezes, e lido apenas em poucas oportunidades.
Por fim, vale ressaltar quanto a leitura auxilia no enriquecimento do vocabulário. Como este está hoje reduzido à sua mínima expressão, muitas pessoas encontram dificuldade em transmitir seus pensamentos ou sentimentos. Isto, por sua vez, gera insegurança e mal-estar interior. Assim, como a abundância de tintas proporciona ao pintor a possibilidade de dar à sua obra a tonalidade desejada, a variedade de palavras com sentidos semelhantes, porém cada qual com o seu matiz próprio, fornece ao orador o instrumento adequado para exprimir o que deseja. [3]
Por Renan Costa
[1] Cf. Thomas Anz, professor de Psicologia na Universidade de Marburg, Alemanha, em declaração à agência Deutsche Welle. In: Artigo da Revista Arautos do Evangelho, nº 35, p. 43, por Guy Ridder.
[2] Ibid.
[3] Trechos do presente artigo foram extraídos, com adaptações, da Artigo da Revista Arautos Do Evangelho, nº 35, p. 43, por Guy Ridder.
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