Festa da Dedicação da Basílica de São João de Latrão
A Basílica de São João de Latrão, também conhecida como a Catedral do Papa, ostenta o título honorífico de Mãe e cabeça de todas as igrejas da cidade [de Roma] e do mundo.
Redação (09/11/2022 10:08, Gaudium Press) No dia de hoje, 9 de novembro, a Igreja Católica celebra a festa da Dedicação da Basílica de São João de Latrão, templo que recebeu o título honorífico de “Omnium urbis et orbis ecclesiarum mater et caput” (“Mãe e cabeça de todas as igrejas da cidade [de Roma] e do mundo”).
A Basílica de São João de Latrão é a Catedral do Papa, apesar de muitos se confundirem com a Basílica de São Pedro, que na realidade, é apenas uma das quatro basílicas papais da Cidade Eterna.
História da Basílica de São João de Latrão
Até o exílio dos Papas em Avignon, no século XIV, os pontífices viviam no Palácio de Latrão, antiga propriedade da família Laterano, nome pelo qual ficou conhecido. O cônsul romano Pláucio Laterano, por suspeita de conspiração, foi morto por Nero que lhe confiscou os bens, dentre os quais esse edifício, na mesma época em que movia a perseguição aos cristãos. O tirano não imaginava que, anos mais tarde, tudo aquilo seria doado à Igreja pelo Imperador Constantino, e se tornaria residência dos sucessores de São Pedro e primeira Basílica da Cristandade. Ela foi dedicada no ano 324 pelo Papa São Silvestre.
Variados estilos artísticos e preciosas relíquias
Além dos variados estilos artísticos, na Basílica de São João de Latrão os visitantes também encontram inúmeras e valiosíssimas relíquias. Dentre estas relíquias se destacam: a mesa onde foi celebrada a Santa Ceia; parte do tecido purpúreo com que os soldados revestiram o Divino Redentor na Paixão; as cabeças de São Pedro e de São Paulo; e a taça na qual São João Evangelista foi obrigado a tomar um veneno que, por milagre, não lhe fez mal.
Nascida sob o signo da perseguição
Para melhor compreendermos a importância desta data, lembremo-nos de que a Santa Igreja Católica nasceu sob o signo da perseguição, em circunstâncias por vezes tão violentas que obrigavam os primeiros cristãos a se refugiar nas catacumbas — os cemitérios cristãos — para praticar o culto.
Era costume na Roma Antiga escavar extensas galerias subterrâneas, verdadeiros labirintos, nas quais sepultavam os mortos. Transitar por elas era perigoso, pois quem o fizesse podia se perder com facilidade, sem ter como retornar.
Nas épocas de perseguição, os irmãos que nos precederam com o sinal da Fé precisavam embrenhar-se nessas profundezas — naquele tempo sem dispor de luz elétrica —, com grande risco de serem denunciados, presos e supliciados.
No Coliseu e no Circo Máximo grande número de cristãos manifestaram sua adesão à Fé com a própria vida, ao serem mortos pelas feras na arena diante do público ou em meio a terríveis tormentos.
O Edito de Milão, Constantino e a liberdade aos cristãos
A liberdade de culto outorgada por Constantino com a promulgação do Edito de Milão, em 313, por influência de sua mãe Santa Helena, e o consequente pulular de incontáveis igrejas por todo o império — dentre as quais a Basílica de Latrão ocupa um posto proeminente — representaram para os fiéis indescritível alívio e alegria.
Expressivo é o testemunho de Eusébio de Cesareia ao retratar o exultar do povo cristão com o advento dessa nova era da História da Igreja: “um dia esplendoroso e radiante, sem nuvem alguma que lhe fizesse sombra, ia iluminando com seus raios de luz celestial as igrejas de Cristo pelo universo inteiro, […] transbordávamos de indizível gozo, e para todos florescia uma alegria divina em todos os lugares que pouco antes se encontravam em ruínas pela impiedade dos tiranos, como se revivessem, depois de uma longa e mortífera devastação. E os templos surgiam de novo desde os fundamentos até uma altura imprevista, e recebiam uma beleza muito superior à dos que anteriormente haviam sido destruídos”
Por este motivo a festa da Dedicação da Basílica do Latrão foi instituída em Roma, expandindo-se mais tarde, e hoje consideramos com júbilo esse templo grandioso, que até nossos dias impressiona por seu esplendor. (EPC)
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