Santa Teresa morreu de amor
Santa Teresa de Jesus teve seu coração transpassado por uma seta de fogo.
Redação (15 de outubro de 2020 17:44, Gaudium Press) Todas as lutas, sofrimentos, perseguições e êxtases ocorridos na vida da grande Santa Teresa de Jesus, poderíamos resumir em uma só palavra: amor!
O amor a seu Jesus que a levou empreender tarefas, humanamente impossíveis. Ela enfrentou calúnias, difamações, pobreza e tantas outras privações, afim de restaurar a Ordem do Carmo.
Foi o amor a Nosso Senhor Jesus Cristo, que fez com que está santa religiosa triunfasse em todos seus empreendimentos e fosse presenteada com a transverberação. Mas o que é a transverberação? Assim explica o Papa Gregório XV, na Bula de Canonização de Santa Teresa de Jesus:
“Entre as virtudes de Teresa, ocupa lugar eminente o amor de Deus que, o próprio Jesus Cristo nela infundiu, através de muitas visões e revelações. Duma feita, fê-la sua esposa; em outra ocasião, Teresa viu um Anjo que lhe transverberava o coração com um dardo de fogo. Por estes dons celestes, a chama do divino amor ateou-se tão ardentemente nela, que emitiu voto de fazer sempre o que acreditasse ser mais perfeito, o que desse maior glória a Deus.”
A visão do anjo
Em seus escritos a Doutora da Igreja narra o episódio: “eu via um anjo perto de mim, do lado esquerdo, em forma corporal, o que só acontece raramente […] “não era grande, mas pequeno, e muito formoso, com um rosto tão resplandecente que parecia um dos anjos muito elevados que se abrasam. Deve ser dos que chamam querubins, já que não me dizem os nomes, mas bem vejo que no céu há tanta diferença entre os anjos que eu não os saberia distinguir.
Vi que trazia nas mãos um comprido dardo de ouro, em cuja ponta de ferro julguei que havia um pouco de fogo. Eu tinha a impressão de que ele me perfurava o coração com o dardo algumas vezes, atingindo-me as entranhas. Quando o tirava, parecia-me que as entranhas eram retiradas, e eu ficava toda abrasada num imenso amor de Deus. A dor era tão grande que eu soltava gemidos, e era tão excessiva a suavidade produzida por essa dor imensa que a alma não desejava que tivesse fim nem se contentava senão com a presença de Deus. Não se trata de dor corporal; é espiritual, se bem que o corpo também participe, às vezes muito. É um contato tão suave entre a alma e Deus que suplico à Sua bondade que dê essa experiência a quem pensar que minto.” 1
No final de sua vida, já muito doente, ao receber o viático das mãos do sacerdote, suas filhas puderam ouvir: “Oh, Senhor, por fim chegou a hora de nos vermos face a face!” E antes de entregar a sua alma a Deus exclamou: “Morro como filha da Igreja”.
1- Obras de Santa Teresa de Jesús – Madrid Apostolado dela Prensa, S. A – Velázquez, 28 1944 – Quinta Edición
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