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Uma palavra pode salvar o mundo

Muitas pessoas têm se preocupado com o futuro cada vez mais incerto da humanidade. Entretanto, existe uma solução. E ela está ao nosso alcance!

Tehran

Redação (23/07/2020 16:50, Gaudium Press) A vida de um jornalista no mundo de hoje não é fácil. As pessoas, cada vez mais, têm mostrado uma enorme apetência pela informação simples e objetiva que, por assim dizer, caiba no bolso, na palma da mão, ou na tela do celular. Assim, embora a situação político-social pareça extremamente complexa, nós, jornalistas, não podemos nos dar ao luxo de desenvolver longas e laboriosas explicações cheias de pormenores. Precisamos resumir. Às vezes, resumir tanto, que consigamos sintetizar nossa ideia em uma, duas ou três palavras. É a tarefa à qual me entregarei agora: encontrar um termo que sintetize a crise mundial, e um outro que dê a solução.

Em que se resume a situação do mundo de hoje?

Sintetizo a atual conjuntura em uma palavra: caos.

Ao ler a frase acima, haverá quem tenha pensado: “que ideia óbvia!”

Realmente, óbvia, ridiculamente óbvia. E essa ideia, já de si óbvia, eu a apresentei em sua forma mais elementar e, para lhe realçar, até o paroxismo, a obviedade. Deste modo, posso fazer sentir aos leitores, mesmo aos mais otimistas, até que ponto é certo, evidente e indiscutível que vivemos mesmo em um caos. Já que, neste caso, como aliás em todos os outros, o óbvio não necessita ser demonstrado.

Atualmente, as notícias se contradizem de tal forma que se tornou quase impossível entender o que está acontecendo e, mais difícil ainda, prever o dia de amanhã. Tudo parece perdido em meio a uma maré-montante de contradições e desordens.

O homem de hoje está farto dessas contradições ininterruptas. Mas o próprio turbilhão de incoerências que a mídia tem despejado nas mentes dificulta encontrar a causa dessas mesmas incoerências. Portanto, devemos procurar sua origem em outro lugar, que não no emaranhado oferecido pela imprensa. Onde, então?

A sociedade está composta de indivíduos. Outra ideia óbvia. Desse modo, se queremos encontrar a causa primeira de qualquer desordem na sociedade, teremos grandes pistas se procurarmos nas suas menores células, que são os particulares.

Uma posição muito comum frente ao caos mundial

É frequente encontrarmos, em torno de nós, pessoas que suspiram diante da contradição caótica de nossos dias, aturdem-se… e não passam disto. Pois se a contradição as assusta, por outro lado, implicam, do mais fundo de sua alma, com a coerência. Exemplifico:

Quanta família há que assiste à missa de quando em vez, que recrimina os políticos corruptos, que teme a subida do comunismo, mas que, ao mesmo tempo, acolhe com um sorriso cúmplice a novela de televisão imoral, ou o site repleto de indecências, ou o videogame cujo protagonista é criminoso, os quais pintam com cores fascinantes a imagem da vida mais dissoluta. Neste lar se nutre a certeza de que tais coisas não produzem maus efeitos. Depois, se o filho ou a filha se transvia, as demais pessoas declaram que “não entendem mais nada” e que “o mundo de hoje é um caos”.

Elas vivem em um mundo agonizante resultante do “equilíbrio” de ideias contraditórias, as quais se “moderam” umas às outras em amável coexistência.

E, como a experiência está a provar, escancaradamente, a inviabilidade desse equilíbrio, elas se encontram diante de uma opção que as aterroriza: de um lado, o caos que lhes entra como um tufão pela casa e pela vida adentro, e de outro, uma coerência que lhes parece correta talvez no plano da lógica, mas espetada, desalmada, hirta, e, numa palavra, desumana.

Ora, a família é a célula-mãe da sociedade. Lares em que se professe, consciente ou inconscientemente, uma tal filosofia, só poderão conceder ao mundo personagens como esses que tanto têm contribuído para a implantação do caos.

Enfim, enquanto houver a cômoda ilusão de que é possível manter a ordem na sociedade, sem que isso implique uma real e séria prática dos mandamentos, será impossível encontrar uma solução.

Uma palavra salvará o mundo: a coerência.

 

Por Oto Pereira

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