Lampedusa: Papa comemora os sete anos de sua visita com Missa online
Ainda hoje, milhares de migrantes tentam entrar na Europa e acabam perdendo a vida na travessia do Mar Mediterrâneo.
Cidade do Vaticano (08/07/2020 12:51, Gaudium Press) Em 8 de julho de 2013, o Papa Francisco visitou a ilha italiana de Lampedusa, situada a menos de 115 quilómetros da costa da Tunísia.
Na ocasião, Francisco evocou o drama dos milhares de migrantes que tentam entrar na Europa e acabam por perder a sua vida no mar Mediterrâneo.
No 7° aniversário da visita a Lampedusa, Papa reza Missa online
Recordando a viagem a Lampedusa, o Papa presidiu nesta quarta-feira a uma Missa no Vaticano, com transmissão online, assinalando o 7.º aniversário da sua viagem à ilha italiana, evocando também o “inferno” vivido agora pelos migrantes na Líbia.
“Vocês não imaginam o inferno que ali se vive, naqueles campos (lager) de detenção. E aquelas pessoas apenas vinham com uma esperança, de atravessar o mar”, disse Francisco, na homilia que pronunciou durante a celebração de hoje.
Por causa da situação sanitária provocada pela pandemia do novo coronavírus, a celebração na Capela da Casa de Santa Marta teve participação limitada.
A presença à Missa foi restrita ao pessoal da secção Migrantes e Refugiados do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral (Santa Sé).
A cultura do bem-estar nos torna insensíveis aos gritos dos outros, leva à indiferença
Francisco repetiu um trecho de sua homilia pronunciou na viagem de 8 de julho de 2013:
“A cultura do bem-estar, que nos leva a pensar em nós mesmos, torna-nos insensíveis aos gritos dos outros, faz-nos viver como se fôssemos bolhas de sabão: estas são bonitas, mas não são nada, são ilusão, ilusão do fútil, do provisório, que leva à indiferença face aos outros; mais, leva à globalização da indiferença”.
“O encontro com o outro é também encontro com Cristo”
No sétimo aniversário da viagem a Lampedusa, o Papa destacou que “o encontro com o outro é também encontro com Cristo”:
“Este encontro pessoal com Jesus Cristo também é possível para nós, discípulos do terceiro milénio. Colocando-nos em busca do rosto do Senhor, podemos reconhecê-lo no rosto dos pobres, doentes, abandonados e estrangeiros que Deus coloca no nosso caminho”.
Em seguida rezou:
“Que a Virgem Maria, conforto dos migrantes, nos ajude a descobrir o rosto do seu filho em todos os irmãos e irmãs obrigados a fugir da sua terra por causa de tantas injustiças que ainda afetam o nosso mundo”. (JSG)
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