Cardeal Tagle: a linguagem da evangelização é a da caridade
Como podemos apresentar o Evangelho, que é sempre o mesmo, em épocas e lugares tão diferentes?
Roma (27/06/2020 13:45, Gaudium Press) Acolhendo o convite do Superior Geral padre Tomaž Mavrič, o cardeal Luis Antonio Tagle, prefeito da Congregação para a Evangelização dos Povos, encontrou-se no último dia 17 de junho com os membros da Cúria Geral dos padres Vicentinos, em Roma.
A melhor linguagem para o Evangelho ser compreendido pela humanidade é a da caridade.
Nessa visita à Congregação da Missão, dirigindo-se aos filhos de São Vicente, o cardeal o prefeito afirmou que para anunciar o Evangelho hoje, a linguagem melhor compreendida pela humanidade é a da caridade. E não, segundo o cardeal filipino, a linguagem das grandes explicações teológicas.
Por essa razão, afirma Dom Tagle, os religiosos vicentinos têm um papel particular, ligado ao seu carisma.
Para o Cardeal, São Vicente de Paulo e Santa Luísa de Marillac (fundadora das Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo), eram “um sinal poderoso dessa linguagem”.
Três tarefas especificas dos Vicentinos destacadas pelo Cardeal Tagle
De acordo com a Agência Fides, o purpurado destacou aos religiosos três tarefas específicas e importantes, ainda hoje, para os Vicentinos: ser inspiradores da caridade para com outras pessoas; empenhar-se em uma caridade que “forma comunidade”; continuar o serviço de promoção da caridade ativa na formação do clero, pensando no serviço ministerial como um ato de caridade.
Ao referir-se à “nova evangelização”, o prefeito da Propaganda Fides disse constatar uma espécie de ambiguidade nessa expressão. Pois, segundo o Purpurado, essa expressão usada pela primeira vez por São João Paulo II, despertou em alguns entusiasmo e em outros surpresa, pois, afirma ele, “a evangelização é sempre nova: cabe a nós redescobrir nela o caráter da perene novidade”.
“O desafio atual – diz o cardeal – está em discernir como podemos apresentar o Evangelho, que é sempre o mesmo, em um mundo em transformação”.
“Proteção e salvaguarda da Criação” como obra de Deus
A última questão abordada durante o encontro foi aquela relativa à Encíclica Laudato si‘.
O cardeal recordou que a Encíclica não é um documento ecológico, mas um documento da Doutrina Social da Igreja.
No entanto, segundo ele, percebe-se um interesse não suficientemente adequado por esses temas, mesmo entre sacerdotes e bispos, embora haja assonâncias com as campanhas dos movimentos ecológicos, com os quais, porém, há também uma diferença considerável: onde os cristãos falam de “proteção e salvaguarda da Criação” e de uma obra de Deus, para eles trata-se somente de “natureza” ou meio Ambiente. (JSG)
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