A oração é a primeira força da esperança e mais forte que o desânimo, recorda Papa
“A oração é a primeira força da esperança. Você reza e a esperança cresce, a oração abre a porta para a esperança”, disse Francisco na Audiência Geral.
Cidade do Vaticano (20/05/2020 16:58, Gaudium Press) Na manhã desta quarta-feira, 20 de maio, durante a Audiência Geral ainda realizada na Biblioteca do Palácio Apostólico, devido à pandemia da Covid-19, o Papa Francisco continuou desenvolvendo a temática da oração.
O fato de existir abre o coração do ser humano à oração
Para Francisco, “a vida, o simples fato de existirmos, abre o coração do ser humano à oração”.
A primeira página da Bíblia, continuado o Pontífice, “se assemelha a um grande hino de ação de graças. A narração da Criação é ritmada por refrãos, onde são reiteradas continuamente a bondade e a beleza de tudo o que existe.
Deus, com sua palavra, chama à vida, e tudo começa a existir.
Com a palavra, separa a luz das trevas, alterna o dia e a noite, alterna as estações, abre um leque de cores com variedade de plantas e animais.
Nesta floresta transbordante que vence rapidamente o caos, o homem aparece por último. Essa aparição provoca um excesso de exultação que amplifica a satisfação e alegria: ‘Deus viu tudo o que havia feito, e tudo era muito bom’. ”
O primeiro movimento que desperta a oração é a beleza e o mistério da Criação
Continuando com suas reflexões, o Papa realçou seu pensamento afirmando que “A beleza e o mistério da Criação geram no coração do homem o primeiro movimento que desperta a oração. Diz o Salmo 8: ‘Quando contemplo o céu, obra de teus dedos, a lua e as estrelas que fixaste… O que é o homem, para dele te lembrares? O ser humano, para que o visites?’.”
Na beleza da vastidão sem limites, o que é o homem?
Em seguida Francisco acrescentou que “A pessoa que reza contempla o mistério da existência ao seu redor, vê o céu estrelado que lhe é superior, e que a astrofísica nos mostra hoje em toda a sua imensidão, e se pergunta que desígnio de amor deve estar por trás de uma obra tão poderosa! Nesta vastidão sem limites, o que é o homem? ”
E ele responde a essa pergunta relembrando um salmo: “Quase nada”, diz outro Salmo: um ser que nasce, um ser que morre, uma criatura muito frágil. No entanto, em todo o universo, o ser humano é a única criatura consciente dessa profusão de beleza. Um pequeno ser que nasce, morre, hoje existe, amanhã não se sabe…, mas é o único consciente. Somos nós, conscientes dessa beleza…
E se as vicissitudes da vida sufocarem em nós o dom da oração?
É uma experiência que muitos de nós já fizemos. Se a vicissitude da vida, com toda as suas amarguras, às vezes corre o risco de sufocar em nós o dom da oração, basta a contemplação de um céu estrelado, de um pôr do sol, de uma flor…, para reacender a centelha da gratidão. Essa experiência é talvez a base da primeira página da Bíblia.
“Quando foi redigida a grande narração bíblica da Criação, o povo de Israel não estava passando por dias felizes. Um poder inimigo tinha ocupado a terra; muitos foram deportados e eles se tornaram escravos na Mesopotâmia. Não havia mais pátria, templo, vida social e religiosa, nada”, sublinhou Francisco.
Os homens e mulheres que rezam sabem que a esperança é mais forte que o desânimo
Segundo o Papa, foi partindo da grande história da Criação, que alguém começou a encontrar motivos para agradecer, para louvar a Deus pela existência.
“A oração é a primeira força da esperança. Você reza e a esperança cresce, vai adiante. Eu diria que a oração abre a porta para a esperança. A esperança está aí, mas com minha oração abro a porta.”
“Os homens e mulheres que rezam sabem que a esperança é mais forte que o desânimo. Eles acreditam que o amor é mais forte que a morte e que certamente triunfará um dia, nos tempos e modos que não conhecemos. Os homens e mulheres de oração carregam reflexos de luz em seus rostos, pois, mesmo nos dias mais sombrios, o sol não deixa de iluminá-los. A oração o ilumina, ilumina sua alma, ilumina seu coração e ilumina o seu rosto. Mesmo nos tempos mais sombrios, mesmo nos tempos de mais dor”. (JSG)
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