Bento XVI, o Papa Emérito, comemora 93 anos de vida
Joseph Ratzinger, o Papa Emérito, nasceu em Marktl am Inn, na Alemanha, num Sábado Santo: 16 de abril de 1927.
Redação (Quarta-feira, 15-04-2020, Gaudium Press) Ainda há poucos anos, o dia 16 de abril era muito comemorado no Vaticano e em todo o orbe católico.
Afinal, 16 de abril é o dia do aniversário de Joseph Ratzinger, e Ratzinger era o Papa Bento XVI.
O tempo passou e, desde fevereiro de 2013, Bento XVI tornou-se Papa Emérito e a data vai, pouco a pouco, sendo esquecida e, se lembrada, as suas comemorações são restritas.
Talvez esse fato venha ao encontro do desejo que ele expressou quando de sua renuncia: queria viver recolhido. Mas Joseph Ratzinger escreveu história, uma história que não é só sua, mas da qual ele teve um papel que não será esquecido.
Por isso mesmo, quando o Papa Emérito completa 93 anos de vida, pouco importa que a data seja ou não recordada com “pompas e circunstâncias”: quando daqui a alguns anos for escrita a memória de nossos dias, a história de Ratzinger não será esquecida.
Mesmo que brevemente, não é sem propósito que lembremos nesse dia 16 de abril de traços de 93 anos de vida.
Traços da vida de Bento XVI
Joseph Ratzinger nasceu em Marktl am Inn, na Alemanha, num Sábado Santo: 16 de abril de 1927.
Sua infância e adolescência foram vividas em Traunstein, uma pequena localidade que fica perto da Áustria.
Foi convocado para o serviço militar alemão quando a II Guerra Mundial (1939-1945) encontrava-se nos seus últimos meses.
Vida Eclesiástica de Joseph Ratzinger
– No dia 29 de junho de 1951, Joseph Ratzinger e seu irmão Georg, foram ordenados sacerdotes.
– Dois anos depois de ordenado, em 1953, Padre Joseph doutorou-se em teologia com a tese ‘Povo e Casa de Deus na doutrina da Igreja de Santo Agostinho’.
– De 1962 até 1965, o teólogo Padre Ratzinger chega a Roma como consultor teológico do Cardeal Joseph Frings, arcebispo de Colônia e, como perito, participa do Concílio Vaticano II.
Cardeal Joseph Ratzinger: Colaborador da verdade
– Em 25 de março de 1977, Joseph Ratzinger foi nomeado pelo Papa Paulo VI como arcebispo de Munique e Frisinga, na Alemanha.
– Em 28 de maio do mesmo ano ele recebeu a sagração episcopal tendo escolhido como lema episcopal ‘Colaborador da verdade’.
– No Consistório de 27 de junho de 1977 ele foi criado Cardeal pelo Papa Paulo XVI
Ratzinger participa de Conclaves
Em 1978, de 25 a 26 de agosto, o Cardeal Ratzinger participou do Conclave que elegeu João Paulo I.
O novo Papa, nos poucos atos de seu curtíssimo Pontificado, nomeou Joseph Ratzinger seu enviado especial ao III Congresso Mariológico Internacional que foi realizado em Guaiaquil, no Equador, de 16 a 24 de setembro de 1978.
– Ainda em 1978, no mês de outubro, o Cardeal alemão participou de um novo Conclave no qual o Cardeal polonês Karol Jósef Wojtyla foi eleito com o nome de João Paulo II.
– Em 25 de novembro de 1981 Papa João Paulo II nomeia o cardeal Ratzinger como prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé e co, presidente da Pontifícia Comissão Bíblica e da Comissão Teológica Internacional,
Ratzinger, o novo Papa
No Conclave reunido a 19 de abril de 2005, o ainda Joseph, Cardeal Ratzinger foi eleito para substituir o falecido Papa João Paulo II. Ele passou, então a ser o 265.º Papa, tendo como nome Bento XVI.
O Pontificado de Bento XVI deixou a marca da realização de 24 Viagens Apostólicas a diversos países.
Bento XVI assinou três encíclicas e presidiu a três Jornadas Mundiais da Juventude. Além disso, convocou cinco Sínodos de Bispos, um Ano Paulino, um Ano Sacerdotal e um Ano da Fé.
Como Papa, Bento XVI aprovou o documento que exclui os homossexuais do sacerdócio, em 2005; apresentou o Compêndio do Catecismo da Igreja Católica, em 2005; suprimiu a eleição de um Papa por maioria simples, em 2007; e facilitou a celebração da Missa em latim e segundo o rito tridentino de São Pio V, em 2007.
Encíclicas de Bento XVI
As encíclicas de Bento XVI começaram a ser publicadas, já em 2006.
A primeira destas encíclicas foi a ‘Deus caritas est’ -Deus é amor- um texto breve que apresenta a ‘essência’ do Cristianismo.
A segunda encíclica de Bento XVI foi a ‘Spe salvi’ -Salvos na esperança- dedicada ao tema da esperança cristã, num mundo dominado pela descrença e a desconfiança.
‘Caritas in Veritate’ -A caridade na verdade- foi o título da terceira encíclica de Bento XVI onde ele trata de uma nova ordem política e financeira internacional, para governar a globalização e superar a crise em que o mundo se encontra mergulhado.
Os temas que o Papa Ratzinger tratou
Entre os temas centrais do pontificado de Bento XVI estiveram as críticas ao relativismo e ao secularismo da sociedade ocidental, a preocupação com as questões bioéticas – aborto, eutanásia, investigação em embriões – e da família, para além da crise financeira e das questões ecológicas.
Como consequência da crise provocada pelos escândalos morais cometidos por membros do clero ou em instituições católicas de vários países, Bento XVI tomou várias atitudes.
Além de encontrar-se com vítimas desses escândalos em várias das viagens que realizou, Bento XVI demitiu bispos e reformou a legislação da Igreja, neste campo.
Cardeal Ratzinger, Bento XVI, Papa Emérito
Na manhã do dia 11 de fevereiro de 2013, Dia Mundial do Doente e memória litúrgica de Nossa Senhora de Lourdes, Bento XVI anunciou sua renúncia ao pontificado, cujos efeitos deveriam ser iniciados a partir do dia 28 daquele mesmo mês.
Uma decisão inédita, desde que há quase 600 anos o Papa Gregório XII havia renunciado ao Sólio Pontifício.
Após a renúncia, Bento XVI foi para Castelgandolfo onde permaneceu por algum tempo para, depois, voltar para Roma e passar a viver no interior da Cidade do Vaticano, no Mosteiro Mater Ecclesiae.
Já como Papa Emérito, Bento XVI ainda voltou ao Palácio Apostólico do Vaticano no dia 28 de junho de 2016. Sua volta ao interior do Vaticano foi para receber uma homenagem por ocasião do seu 65.º aniversário de ordenação sacerdotal.
Ainda em 2016, Bento XVI pronunciou-se publicamente, no livro-entrevista ‘Últimas conversas’.
Neste livro, o Papa Emérito afirmou que sua renúncia ao pontificado havia sido uma decisão amadurecida e que ele não a via como um “fracasso”. (JSG)
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