Bispos italianos rezam por mortos pelo Covid-19, entre eles 96 sacerdotes
A Conferência Episcopal Italiana informou que já chega a 96 o número de sacerdotes mortos pelo Covid-19.
Roma (Quarta-feira, 08-04-2020, Gaudium Press) Ainda há pouco tempo a Itália anunciava a morte do primeiro sacerdote vítima do Coronavirus. De lá para cá, o número dos padres que morreram vitimados pela pandemia só fez crescer.
Há pouco mais de uma semana os bispos de toda a Itália visitaram cemitérios para rezar e oferecer Missas pelas almas das 13.915 pessoas que, até então, haviam morrido por motivo do coronavírus, e, entre elas, pelo menos 87 eram sacerdotes.
Nessa ocasião, Dom Francesco Beschi, Bispo da Diocese de Bérgamo, onde, no mês de março, morreram 553 pessoas, das quais 25 eram sacerdotes, disse em sua homilia de 29 de março transmitida via streaming:
“Nesta semana fui ao cemitério com o desejo de converter-me em uma voz de oração e dor que não tem oportunidade de expressar-se e permanece fechada não só em nossas casas, mas sobretudo em nossos corações. De alguma maneira, é como se nossas cidades tivessem se convertido em um grande cemitério. Escuta Senhor, a dor que nasce desta terra que ainda acreditamos ser bendita.”
Covid-19 já matou 96 sacerdotes na Itália
O primeiro sacerdote a falecer após ser infectado pelo vírus foi o Padre Giachino Basile que tinha 60 anos.
Pouco tempo depois, faleceu, vítima do mesmo vírus, o Padre Corrado Forest, de 80 anos, sacerdote da Diocese de Vittorio Veneto, da região de Veneto.
Este sacerdote, segundo testemunhos narrados pelo mídia local, disse antes de morrer: “Não é errado um padre pegar esta doença para compartilhar a dor e tudo o que sofre com este vírus tantas outras pessoas.”
Agora a Conferência Episcopal Italiana informou que já chega 96 o número de sacerdotes mortos depois de contraírem o Covid-19. E é um número que tende a crescer.
Sacerdotes na linha de frente no combate ao coronavirus
Os sacerdotes vitimados pelo Coronavírus participavam da linha de frente dentro do combate ao Covid-19. Se não participavam dos trabalhos dos profissionais da saúde, participavam de uma ação importante, bastante ampla e que se estende para além dos hospitais.
São os sacerdotes que cuidam da saúde espiritual dos enfermos. Em muitas ocasiões, tendo contato com aqueles que se encontram em situações já críticas. Os sacerdotes não deixam a linha de frente quando estão fora das casas de saúde e enfermarias. São eles que consolam os parentes dos mortos e levam ânimo e esperança a todos que pertencem a seu rebanho.
Sem dúvida, uma missão de risco, uma missão que também merece ser recordada e homenageada.
O Padre Cirillo Longo, de 95 anos, comoveu os italianos com sua imagem: entre os profissionais de saúde que dele cuidavam, ele segurava firmemente um rosário para inspirar neles encorajamento.
Segundo a mídia local, ele disse quando estava no hospital: “Não tenham medo, porque estamos todos nas mãos de Deus. Ver
É por isso que esses sacerdote podem ser considerados como heróis. Um desses heróis é o pároco Giuseppe Berardelli, 72 anos, muito querido por seus paroquianos em Casnigo (Bergamo), aos quais ele sempre cumprimentou com a mesma frase: ‘Paz e bem’.
Muitos dos pacientes hospitalizados pelo Covid-19 não conseguiram receber o conforto de seus familiares devido às rígidas medidas de distanciamento impostas pelos centros de saúde para impedir a propagação do contágio. O padre Aquilino Apassiti, 84 anos, missionário nas selvas do Brasil há 25 anos, trabalhou para confortar os parentes das vítimas do coronavírus no hospital Papa Giovanni XXIII, em Bergamo, uma das cidades mais afetadas por a pandemia na Itália.
Em declarações ao jornal italiano La Stampa, ele declarou: «Eles morrem sozinhos; os parentes do falecido me ligam, coloco o celular perto de seus entes queridos e oramos juntos. Passei a maior parte do tempo na capela rezando. Muitas vezes, um cardiologista chega à tarde e oramos. (JSG)
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