Fontes e chafarizes, requintes de civilização
Redação (Quarta-feira, 05-06-2013, Gaudium Press) – Fontes e chafarizes brincam com a água, distraindo o homem.
Suas águas murmurantes e cristalinas, esvoaçando ao ar como se quisessem voltar ao estado de vapor e voar, lançam-se para o alto mais parecendo asas de pássaros míticos, saídos do Paraíso.
Para quem sabe apreciá-los, os chafarizes e as fontes despertam mil disposições retas de espírito, convidando à prática das virtudes mais delicadas. Eles parecem comunicar uma agradável sensação de pureza e frescor ao ambiente, e seus vigorosos jatos que se projetam para cima parecem nos conclamar: Corações ao alto!
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E quando seus jatos atingem o máximo de sua estatura, parecem convidar o homem a uma extraordinária mobilização de energias para retirar de dentro de si todo o potencial.
Um homem de vastos horizontes bem pode encontrar junto a uma dessas fontes ou chafarizes a inspiração para elaborar grandes planos de ação, motivado pela sugestiva ambientação que eles criam.
Uma pessoa “estressada”, contemplando o alegre movimento das águas, pode ali recuperar aquele delicioso bem estar do equilíbrio, da objetividade, da tranqüilidade que a fadiga lhe roubou.
Na concepção de quem construiu essas maravilhas, cada homem é como um chafariz, feito para projetar sobre os acontecimentos, grandes ou pequenos, uma infinidade de belezas postas pelo Criador em sua alma.
O vigor dos jatos de água que emergem das entranhas da terra e vão povoar as alturas, formando lindas cortinas líquidas osculadas pelos raios do sol, dá-nos alguma idéia da leveza de espírito das pessoas inocentes.
As miríades de gotinhas que esvoaçam ao redor do chafariz, levadas pelo vento, convidam nosso pensamento para a consideração das infinitas maravilhas de Deus que elas parecem querer atingir em seu etéreo vôo.
Como diz o Salmista, Deus deu o sol para todos, justos e pecadores, ricos e pobres. E a água também… A água!…
Nesse líquido tão simples e tão precioso, quis Jesus imergir para receber o batismo do Precursor, no rio Jordão. Com esse gesto Ele, de alguma forma, abençoou as águas do mundo inteiro – dos mares, rios e lagos, dos chafarizes e poços, enfim, todas elas ficaram mais puras a partir daquele dia!
Na contemplação das águas que sobem e descem, calmas e constantes, o homem se sente convidado a degustar as delícias da ordem interior, das proporções do mundo que o cerca, distinguindo com calma o bom do que é mau, o verdadeiro do falso, o belo do feio, enriquecendo assim seu universo interior.
Enfim, os chafarizes, ao lançarem as águas para o céu, lembram ao homem a virtude da gratidão que ele deve a Deus e o convida a uma filial e jubilosa ação de graças, porque de Deus nós saímos, não para nos arrastarmos pelo rugoso casco desta terra de exílio, mas para Ele retornarmos em alegre restituição.
João Carlos Barroso – Gaudium Press
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