Nossa Senhora de Lourdes
Lourdes! Não encontramos palavras para o que significa Lourdes para a piedade católica, quem consegue pôr em palavras o ambiente de paz que envolve esta sagrada Gruta?
Redação (11/02/2021 14:58, Gaudium Press) Em 1858, a Santíssima Virgem apareceu a Santa Bernadette e inaugurou uma nova era com a humanidade desejosa de alento, refrigério, consolo e paz.
A Divina Providência dispôs para esse lugar uma ação intensa da graça, capaz de transmitir às almas dos milhares de peregrinos vindos de todo o mundo a certeza de serem ouvidos com bondade, seus dramas apaziguados e suas esperanças fortalecidas.
As águas e as rochas da gruta de Massabielle testemunham histórias conhecidas e histórias que ninguém contou das mais espetaculares conversões e curas miraculosas, Elas viram nascer um tesouro espiritual de valor incalculável trazidos pela bondade da Imaculada Conceição e deixados no seio da Santa Igreja Católica.
Ali está, diante de nós, a sublimidade do milagre.
Entretanto, não se pode falar de Lourdes sem nos lembrarmos com veneração da personagem ligada de modo indissociável a essa história de bênçãos e misericórdias.
A modesta pastorinha a quem Nossa Senhora apareceu é o primeiro e maior prodígio de Lourdes: ela simboliza a íntegra fidelidade aos apelos de conversão e penitência, que naqueles dias foram lançados pela Rainha dos Céus, os quais haveriam de chegar aos mais longínquos recantos da Terra.
Infância marcada pela Fé
Bernadette nasceu num século de profundas transformações. Animada, de um lado, pelo surto de devoção mariana que o pontificado do Beato Pio IX estava suscitando, a segunda metade do século XIX presenciava o avanço insolente do ateísmo e do materialismo.
Os espíritos estavam divididos e, a fim de agir precisamente nessa encruzilhada da História, Maria Santíssima quis servir-se da filha primogênita do casal Soubirous.
Quão distantes, porém, desta sorte de considerações, estavam François e Louise, em 7 de janeiro de 1844! Nascia-lhes a filha Bernadette, no Moinho Bolly, nas cercanias de Lourdes, durante os dias felizes de fartura ali transcorridos. A menina foi batizada, recebendo o nome de sua madrinha Bernard, ao qual se acrescentou o da Senhora que haveria de lhe aparecer. Marie- Bernard, eis como se chamava Bernadette, sem escapar do diminutivo carinhoso que a acompanharia para o resto da vida.
No Moinho Bolly transcorreu sua primeira infância, marcada por uma religiosidade autêntica e sincera. Além da frequência aos Sacramentos, a oração em conjunto aos pés do crucifixo e uma exímia prática dos princípios cristãos correspondiam a um dever moral para aquele casal de camponeses. Bernadette cresceu, por assim dizer, respirando a santa Fé Católica do mesmo modo que respirava o puro ar da montanhosa região dos Pirineus.
A miséria visitou o lar dos Soubirous
A época era difícil e os negócios de François Soubirous iam mal. Quando Bernadette tinha 8 anos, mudaram-se para um moinho mais simples, e ao cabo de três anos alugaram uma cabana à beira da estrada. Já crescida, ela acompanhava os progressivos insucessos dos pais e enfrentava, com admirável resignação, a situação de indigência a que se viram reduzidos em 1856, a ponto de terem de mudar para o antigo cárcere da rua Petits-Fosées: um cubículo úmido e pestilento, que as autoridades locais haviam julgado inadequado até mesmo para os presos.
A pobreza era ali completa. O cômodo media menos de 20 m² e a família não possuía absolutamente nada, além da mobília mais indispensável e das roupas. A luz do Sol nunca penetrava no recinto, marcado pela grade da janela e pelo ferrolho da pesada porta – reminiscências do antigo calabouço. Ali vivia o casal Soubirous e as quatro crianças, constantemente atormentados pela fome. Quando conseguia comprar pão, a mãe o dividia entre os pequenos, que ainda assim se sentiam insaciados. Bernadette, não raras vezes, privava-se de sua pequena porção em favor dos mais novos, sem nunca demonstrar o menor descontentamento por isso.
À noite, sem conseguir dormir, atormentada pela asma, Bernadette chorava. A causa principal daquele desafogo, porém, não eram a doença ou as duras privações materiais.
O único desejo da angelical menina era fazer a Primeira Comunhão, mas a necessidade de cuidar dos irmãos e da casa a impedia de frequentar o catecismo, de aprender a ler e escrever e até de falar francês. De fato, quando a Santíssima Virgem lhe dirigiu a palavra, o fez em patois, o dialeto da região de Lourdes.
Se Bernadette desejou algo para si, nos dias de sua infância, foi apenas receber o Santíssimo Sacramento, o Senhor ofendido pelos pecados dos homens, que ela aprendera tão cedo a consolar.
Dias de pastoreio em Bartrès
As poucas vezes que Bernadette frequentou as aulas de catecismo em Lourdes foram malogradas, porque não conseguia acompanhar as demais crianças, bem mais novas e adiantadas que ela. Louise Soubirous preocupava-se com a filha, de treze anos, que ainda não fizera a Primeira Comunhão, e resolveu pedir à amiga Marie Lagües que a recebesse em Bartrès – vilarejo não muito distante de Lourdes – a fim de que Bernadette lá pudesse frequentar as aulas de catecismo.
Por consideração e amizade, Marie Lagües a recebeu em sua casa, mas não foi tão fiel à promessa quanto seria de se esperar. Logo ocupou Bernadette nos serviços da casa e no cuidado das crianças. E seu marido encontrou nela a pastora ideal para seu rebanho de cordeiros. Foi nesse período que Bernadette solidificou-se na oração, durante as longas horas transcorridas no mais completo silêncio em meio ao privilegiado panorama pirenaico. Contemplativa, ela montava um pequeno altar em honra da Santíssima Virgem e aí passava horas de grande fervor recitando o Rosário, a única oração que conhecia.
Um fato passado com Bernadette por essa época demonstra a pureza cristalina de seu coração. Certo dia, quando François Soubirous foi visitar a filha, encontrou-a triste e cabisbaixa. Perguntou-lhe o que a afligia.
– Todos os meus cordeiros têm as costas verdes – respondeu ela.
O pai, percebendo tratar-se da marca posta por um negociante, fez um ameno gracejo: – Eles têm as costas verdes porque comeram muita erva.
– E podem morrer? – perguntou assustada Bernadette.
– Talvez…
Penalizada, ela começou a chorar no mesmo instante. O pai, então, contou-lhe a verdade: – Vamos, não chores. Foi o negociante que os marcou assim.
Mais tarde, quando a chamaram de boba por ter acreditado em semelhante brincadeira, sua resposta constituiu uma demonstração involuntária de sua elevada virtude: – Eu nunca menti; não podia supor que aquilo que o meu pai me dizia não era verdade.
Os dias se escoavam lentamente na pequena aldeia, havendo completado sete meses que Bernadette lá chegara. Quanta esperança de aproximar- se da Mesa Eucarística trazia na chegada, e que decepção experimentava agora, após poucas aulas de insignificante instrução! Aquela espera interminável a afligia, mas, como tudo na vida do homem, foi permitida por Nosso Senhor.
“Sofre as demoras de Deus; dedica-te a Deus, espera com paciência, a fim de que no derradeiro momento tua vida se enriqueça” (Eclo 2, 3). Essas palavras, desconhecidas para Bernadette, significam exatamente o modo como Deus procedeu a seu respeito. Ao mesmo tempo que a graça inspirava em sua alma um ardente desejo das coisas do alto, estas pareciam ser-lhe tiradas. Com isso, seu anseio se robustecia, e tudo o que era terreno ia se afigurando como pouca coisa aos seus olhos, cada vez mais aptos para compreender as realidades sobrenaturais.
Como costuma ocorrer com as almas que Deus prova por meio de longas esperas, estavam-lhe reservadas grandes graças.
Celestial surpresa
De volta à casa paterna, Bernadette retomou os antigos afazeres. Na manhã inolvidável de 11 de fevereiro de 1858, saiu com a irmã Toinette e a amiga Jeanne Abadie para o bosque, a fim de recolherem gravetos para a lareira e ossos para vender a fim de comprarem algum alimento. Andaram bastante até chegarem à gruta de Massabielle, onde Bernadette nunca havia estado.
Enquanto as vivazes meninas atravessavam a água gelada do rio Gave, Bernadette se preparava para fazer o mesmo.
Eis sua própria narração do que então sucedeu: “Escutei um barulho, como se fosse um rumor. Então, virei a cabeça para o lado do prado; vi que as árvores absolutamente não se mexiam. Continuei a descalçar-me. Escutei de novo o mesmo barulho.
Levantei a cabeça, olhando para a gruta. Avistei uma Senhora toda de branco, com um vestido branco, um cinto azul e uma rosa amarela sobre cada pé, da cor da corrente do seu terço: as contas do terço eram brancas” 1.
Era a Santíssima Virgem sorrindo-lhe, e chamando-a para se aproximar d’Ela. Temerosa, Bernadette não se adiantou, mas puxou o terço e começou a rezar. O mesmo fez a “linda Senhora”, a qual embora sem mover os lábios, a acompanhava com seu próprio terço. Após o término do Rosário, Ela desapareceu.
A impressão causada por essa primeira aparição em Bernadette foi profunda. Sem reconhecer nEla a Mãe celeste, a menina sentia-se irresistivelmente atraída por figura tão amável e admirável, na qual não podia parar de pensar. Quando uma freira lhe perguntou, anos mais tarde, na enfermaria do convento, se a Senhora era bela, ela respondeu: – Sim! Tão bela que, quando se vê uma vez, deseja-se a morte só para tornar a vê-la!
Dezoito encontros em Massabielle
Por mais que Bernadette tivesse pedido segredo às suas duas companheiras, às quais contou o que vira, elas não se mantiveram caladas por muito tempo. Logo, dezenas de pessoas comentavam na vizinhança o sobrenatural acontecimento. E era apenas o começo: a impressionante popularidade das aparições assumiram proporções tais, que no dia 4 de março, estavam junto a Bernadette nada menos que vinte mil peregrinos.
Antes de cada visita de Nossa Senhora, Bernadette sentia irresistível desejo de ir a Massabielle. Assim aconteceu nos dias 14 e 18 de fevereiro, quando um pressentimento interior a conduziu até a gruta. Na segunda aparição, a Virgem Santíssima permaneceu novamente em silêncio; disse algo apenas no dia 18, conforme no-lo narra a obediente menina: “A Senhora só me falou na terceira vez. Ela perguntou-me se eu queria ir lá durante quinze dias. Eu respondi que sim, depois que pedisse licença a meus pais” 2.
A quinzena de aparições, que se deu entre 18 de fevereiro e 4 de março, com exceção dos dias 22 e 26, constituiu o cerne da mensagem confiada a Bernadette. A cada dia multiplicava- se o número dos assistentes que empreendiam penosas viagens, atraídos pelos celestiais colóquios. Embora mais ninguém além de Bernadette visse a “Senhora”, todos sentiam Sua presença e se comoviam com os êxtases da camponesa.
– Ela não parecia ser deste mundo – disse uma testemunha.
As palavras de Nossa Senhora não foram muitas, mas de expressivo significado. Disse a Bernadette no mesmo dia 18: “Não prometo fazer-te feliz neste mundo, mas sim no outro”. E nas outras vezes: “Eu quero que venha aqui muita gente”. “Pede a Deus pelos pecadores! Beije a terra pelos pecadores!”.
“Penitência, penitência, penitência!” “Vá e diga aos padres que construam aqui uma capela. Quero que todos venham em procissão”.
Ainda durante a quinzena, a Rainha dos Céus confiou três segredos e ensinou uma oração a Bernadette, a qual ela recitou com insuperável fervor todos os dias de sua vida. Após um longo silêncio a respeito de sua identidade, a Senhora revelou seu nome a Bernadette na 16ª aparição, em 25 de março de 1858: “Eu sou a Imaculada Conceição”. Era uma solene confirmação do dogma proclamado pelo Beato Pio IX, quatro anos antes; a pureza da doutrina seria coroada, daqui por diante, pela beleza dos milagres.
Transformada por Nossa Senhora
Um dos critérios de prudência adotados pela Santa Igreja para verificar a autenticidade de revelações como as que recebeu Bernadette, consiste em observar atentamente a conduta dos videntes. Neles, se reflete invariavelmente a veracidade e o teor do que dizem ver: seu testemunho pessoal é decisivo.
No caso de Lourdes, tal como depois sucedeu com os pastorinhos de Fátima, a mudança operada em Bernadette pode ser considerada um milagre da graça. Seus gestos, modos, palavras e, sobretudo sua piedade adquiririam indescritível brilho pelo contato com a Rainha dos Céus: “Na sua atitude, nos seus traços fisionômicos, via-se que a sua alma estava arrebatada. Que paz profunda! Que serenidade! Que elevada contemplação! O olhar da criança para a aparição não era menos maravilhoso que o seu sorriso. Era impossível imaginar algo tão puro, tão suave, tão amável…” 3.
Após os êxtases, ela mantinha a clave de sublimidade que a pervadira: o modo como fazia o sinal-da-cruz, sua compostura durante a oração e sua fineza de trato, aliados à simplicidade, eram mais distintos que os de qualquer dama que tivesse passado a vida inteira exercitando-se na arte do “savoir-plaire“.
“Não escapa aos pais que se operou nela uma transformação no decorrer deste último mês. Não foram vãs para ela a contemplação e as lições celestes. […] Tendo visto chorar a Senhora de Massabielle pelo pecado e pelos pecadores, esta criança analfabeta compreendeu o grande dever da penitência e da oração” 4.
Até mesmo o Pe. Peyramale, o pároco de Lourdes, célebre pela desconfiança em realção a todos os fatos ocorridos com Bernadette, confessou: “tudo nela evolui de maneira impressionante” 5.
Respondendo aos magistrados
Os espíritos céticos estavam à espreita dos acontecimentos. Sumamente irritados pela afluência multitudinária à gruta, diziam: “É incrível quererem fazer-nos crer em aparições em pleno século XIX”. Tais homens colocavam suas esperanças mais em seus “modernos” inventos que na onipotência de Deus: “É estupidez e obscurantismo admitir a possibilidade de aparições e milagres na época do telégrafo elétrico e da máquina a vapor” 6.
Foi diante de autoridades com essa mentalidade que Bernadette teve de depor três vezes no curto período de uma semana, ainda durante a quinzena das aparições. Durante os intermináveis inquéritos em que a crivaram de perguntas capciosas, Bernadette ouviu coisas brutais: “Vamos prender-te! O que é que vais procurar à gruta? Por que fazes correr tanta gente? Vamos meter-te na prisão! Matar-te-emos na prisão!” 7. Chamaram-na de mentirosa, visionária, louca. A tudo isso ela apenas respondia com a verdade, suportando esses sofrimentos com humildade e doçura. Suas respostas acertadas confundiram os magistrados, que nunca tiveram qualquer motivo legal para prendê-la.
A opinião final que formaram a respeito de Bernadette, e que enviaram ao Ministro da Justiça de então, foi esta: “Segundo o reduzido número daqueles que pretendem ter a seu lado o bom senso, a razão e a ciência, Bernadette Soubirous é portadora de uma enfermidade mental conhecida: está sendo vítima de alucinações, apenas isto!” 8. Teriam eles, como pretendiam, a razão do seu lado? A resposta não demorou a se tornar clara.
A fonte milagrosa e o chamado à expiação
Na aparição de 25 de fevereiro, a Santíssima Virgem disse a Bernadette: “Vai beber à fonte”. Bernadette foi ao rio Gave e bebeu. Contudo, não era ao rio que Ela se referia, mas sim a um canto da gruta onde havia apenas água suja. A menina cavou e bebeu.
Daquela nascente obscura brotou discretamente a água milagrosa, que dali a alguns dias borbulhava em abundância para maravilhamento de todos. Os doentes não demoraram em servir-se dela e as curas inexplicáveis se iniciaram em 1º de março.
Enfermos desenganados “pela razão e pela ciência” viam seus males desaparecer num instante, e os argumentos de inúmeros corações reticentes se transformavam em cânticos de fé.
Mas, quando Bernadette, mais tarde, serviu- se da água para suas penosas doenças, ela não lhe foi eficaz. Perguntaram, então: – Essa água cura os outros doentes: por que não te cura a ti? – Talvez a Santíssima Virgem queira que eu sofra – foi a sua resposta. De fato, a sua vocação era sofrer e expiar pela conversão dos pecadores. A água da fonte não era para ela.
Essa filha predileta de Maria compreendeu com profundidade sua singular missão. Tudo quanto haveria de padecer física e moralmente dali em diante – o que não foi pouco – ela desejava unir aos méritos infinitos do Redentor crucificado, para que fosse pleno o efeito das graças derramadas na gruta. Nunca um murmúrio, uma queixa ou um ato de impaciência se desprendeu de seus resignados lábios, afeitos de modo heroico ao silêncio e à imolação.
No Asilo e em Nevers
Após o ciclo das aparições, todos queriam ver Bernadette e tocá-la. Pediam-lhe bênçãos, roubavam relíquias… Homens ilustres empreendiam longas viagens para conhecê-la e altas figuras eclesiásticas não escondiam sua admiração diante dela.
Todavia, quanto a faziam sofrer por causa disso! Em sua acrisolada humildade, Bernadette sentia-se incomodada perante tantas manifestações de deferência. Seu maior desejo era ser esquecida, queria que apenas a Virgem Santíssima fosse objeto de enlevo e amor.
Em Lourdes, ela viveu ainda nove anos no Asilo, administrado pelas Irmãs de Caridade e da Instrução Cristã, de Nevers. Ajudava no atendimento aos doentes, nos serviços da cozinha, na atenção às crianças. Aos 23 anos partiu para a Casa-Mãe da Congregação, em Nevers, desejando avidamente a vida de recolhimento e oração: – Vim aqui para esconder-me – disse ela.
Seus treze anos de vida religiosa foram vincados pela prática de todas as virtudes. De modo especial, o desprendimento de si mesma e o amor ao sofrimento. Desse período, passou nove anos de ininterruptas enfermidades: a asma inclemente, um doloroso tumor no joelho, que evoluiu até uma terrível cárie dos ossos. No dia 16 de abril de 1879, aos 35 anos de idade, ela entregou sua alma ao Criador.
“Encontrar-me-eis junto ao rochedo”
Seus restos mortais incorruptos constituem um dos mais belos vestígios da felicidade eterna que Deus tenha outorgado aos pobres mortais neste Vale de Lágrimas. Intocado, puro, angélico é o corpo de Bernadette, diante do qual o peregrino sente-se atraído a passar horas seguidas em oração, levantando-se depois com a doce impressão de ter penetrado na felicidade eterna de que goza a vidente de Massabielle.
Ali estão, cerrados, mas eloquentes, os olhos que outrora contemplaram a Santíssima Virgem, a nos ensinar que os únicos a serem exaltados são os mansos e humildes de coração; a nos lembrar que, para realizar Suas grandes obras, Deus não precisa das forças humanas, mas sim da fidelidade à voz de Sua graça.
Sabemos que a missão de Bernadette não terminou. A ação benfazeja de sua intercessão se faz sentir junto à gruta, conforme ela mesma predisse: “Encontrar-me-eis junto ao rochedo que tanto amo”. Que ela nos obtenha, neste ano do jubileu das aparições, uma confiança inquebrantável no poder d’Aquela que disse: “Eu sou a Imaculada Conceição”.
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