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Davi conquista Jerusalém

Redação (Segunda-feira, 04/01/2016, Gaudium Press) – Assim que venceu os jebuseus e tomou Jerusalém, a primeira preocupação de Davi foi transladar a Arca da Aliança para essa cidade.
Enquanto os israelitas eram derrotados pelos filisteus, numa guerra em que morreram Saul e três de seus filhos – entre os quais o valoroso Jônatas
-, Davi obtinha vitória contra os amalecitas.

Rei de Judá…

Davi regressou para Siceleg e três dias depois um amalecita chegou
correndo diante do varão de Deus, prosternou-se e disse que Saul e Jônatas
haviam morrido na batalha; e que ele, amalecita, havia acabado de tirar a vida
de Saul, a pedido deste.
Indignado pelo fato daquele pagão ter estendido a mão contra Saul, Davi
mandou que um servo o exterminasse e, enquanto a ordem era executada,
acrescentou: “A tua própria boca deu testemunho contra ti, quando disseste:
Matei o ungido do Senhor” (II Sm 1, 16).

Depois, o justo Davi, demonstrando não ter nenhum ressentimento contra Saul que diversas vezes tentara matá-lo, compôs um belo cântico fúnebre, do qual destacamos este trecho: Saul e Jônatas “mais velozes que as águias, mais fortes que os leões” (II Sm 1, 23).

Davi perguntou a Deus para onde deveria se dirigir, e o Senhor ordenou-
lhe que fosse para Hebron. Estando nessa cidade, os homens de Judá o
ungiram como rei, tendo ele 30 anos de idade (cf. II Sm 5, 4). A unção feita
pelo profeta Samuel, quando Davi era adolescente, havia sido mantida em
segredo. Em Hebron, ele foi ungido publicamente.

… e de todo Israel

Entretanto, Abner, que havia sido chefe do exército de Saul, constituiu
como rei um filho de Saul chamado Isbaal, o qual foi aceito como monarca
pelas outras tribos.
Uma prolongada guerra desencadeou-se entre os seguidores de Isbaal e
a casa de Davi. O Rei Davi não quis dirigir pessoalmente os combates, mas
designou Joab como seu lugar-tenente. Em determinado momento houve um
enfrentamento dos dois exércitos.

Estando separadas as tropas por um açude, Abner e Joab combinaram
que cada exército escolheria doze jovens. Estes lutariam entre si para decidir a
guerra. O combate entre os jovens foi tão encarniçado que “cada um deles,
agarrando a cabeça do adversário, enterrou-lhe a espada no flanco, e assim
mataram-se simultaneamente” (II Sm 2, 16).

O combate tornou-se geral e, por fim, as tropas de Abner fugiram.
Passado certo tempo, Joab matou Abner traiçoeiramente e logo depois Isbaal
foi assassinado. Posteriormente, os notáveis de Israel, representando as outras
onze tribos, foram a Hebron e ungiram Davi como Rei de Israel. Assim, seu
poder monárquico se tornou efetivo sobre toda a nação.

Transladação da Arca para Jerusalém

Então, o varão de Deus marchou com seus soldados para Jerusalém,
que estava dominada pelos jebuseus, e os derrotou; o Rei de Israel passou a
residir na fortaleza de Sion, em Jerusalém, a qual ele chamou de “Cidade de
Davi”. O Rei “Davi ia crescendo em poder, e o Senhor, Deus dos exércitos,
stava com ele” (II Sm 5, 10).
E ele recebeu também apoio de povos vizinhos. Assim é que Hiram, Rei
de Tiro, presenteou a Davi com madeira de cedro, carpinteiros e pedreiros para
construírem muralhas em Jerusalém, bem como edificar um palácio para o Rei
dos israelitas.
Ao saber que Davi havia sido ungido rei sobre todo Israel, os filisteus
lançaram-se contra ele, mas foram derrotados. Terminada a guerra, Davi deu
ordem para que fossem queimados todos os ídolos dos filisteus (cf. I Cr 14,
“O primeiro cuidado do Rei foi transformar a capital [Jerusalém] num
centro do culto divino.”1 Davi mandou que trouxessem a Arca da Aliança, a qual se encontrava em Cariat-Iarim, na casa de Aminadab. Dois filhos deste, Oza e Aio, conduziram o carro de bois sobre o qual estava a Arca. “Davi e toda a casa de Israel dançavam diante do Senhor com todo o entusiasmo, cantando ao som de cítaras, harpas, pandeiros, sistros e címbalos” (II Sm 6, 5).

A ira de Deus inflamou-se

Entretanto, em certo momento, a Arca ameaçou cair porque os bois
haviam escorregado, e Oza segurou-a. “Então o Senhor inflamou-Se de ira
contra Oza e feriu-o por causa de sua temeridade, de modo que ele morreu ali
mesmo” (II Sm 6, 7).
“Na realidade, Oza […] tinha faltado com o respeito pela Arca, apesar de
suas boas intenções. Ela era o objeto mais precioso do culto judaico, o símbolo
direto da divina presença e somente os sacerdotes podiam tocá-la. Com esses
exemplos, Jeová ensinava aos israelitas reverenciá-la mais ainda.”2

Quando a Arca chegou a Jerusalém – em meio aos esplendores de um
cortejo triunfal3 -, foi ela colocada numa tenda que Davi havia mandado
construir. Após ter oferecido holocaustos e sacrifícios, “Davi abençoou o povo
em nome do Senhor dos exércitos” (II Sm 6, 18) e distribuiu a cada pessoa um
pão, um bolo de tâmaras e uma torta de uvas.

Davi quis construir uma casa para a Arca da Aliança. Perguntou ele ao
profeta Natã, o qual consultou a Deus. O Altíssimo ordenou que o profeta
transmitisse a Davi estas palavras, entre outras: “Estive contigo em toda parte
por onde andaste e exterminei diante de ti todos os teus inimigos” (II Sm 7, 9).
E acrescentou que não seria Davi que Lhe faria uma casa, mas um seu
descendente.

Que Maria Santíssima nos conceda a graça de em todas as coisas
procurarmos, antes de tudo, a glória de Deus e de sua Santa Igreja.

Por Paulo Francisco Martos
( in Noções de História Sagrada (56))

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