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O que a grande imprensa não viu

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Rio de Janeiro (Quarta-feira, 18-07-2012, Gaudium Press) A Arquidiocese do Rio de Janeiro publicou recentemente um artigo redigido por uma jovem que participou da procissão que marcava a contagem regressiva de um ano para a Jornada Mundial da Juventude. Nele Nice Affonso apresenta suas impressões sobre o evento.

Leia abaixo alguns trechos do artigo.

Na madrugada de sexta-feira para o sábado,14 de julho, cerca de cinco mil jovens tomaram as ruas do Centro do Rio de Janeiro. Dessa vez, a grande imprensa praticamente não noticiou. Afinal, não se tratava de uma passeata de reivindicações, para atrair holofotes… Não eram caras ou corpos pintados e pessoas violentas, que aumentam audiência… Era “apenas” uma procissão em contagem regressiva para um ano da Jornada Mundial da Juventude (JMJ Rio 2013) – o maior evento católico dos jovens do mundo todo com o Papa. Se tratava “somente” de um testemunho da fé católica…

A grande imprensa não viu o centro da cidade ser tomado por cinco mil rapazes e moças, com sorriso estampado no rosto e uma alegria contagiante por participarem de uma procissão, em plena noite de um final de semana! E perdeu o foco da beleza de atitudes cheias de amor e acolhimento, que partiram desses jovens, ao longo do percurso… A grande imprensa perdeu o fato e também a sutileza dos detalhes belos que compõem a personalidade da juventude católica carioca, que irá acolher peregrinos do mundo inteiro em julho de 2013.

Eu vi, ouvi e senti

A badalada noite carioca em um dos seus principais points, a Lapa, foi marcada por um momento inusitado para os seus frequentadores e também para os muitos turistas presentes: tendo à frente banners (representando os patronos e intercessores da JMJ Rio 2013), o Arcebispo Metropolitano, Dom Orani João Tempesta, bispos auxiliares e diversos sacerdotes, a juventude testemunhou a alegria da sua fé.

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Em meio a olhares surpresos e questionadores do motivo pelo qual aquela multidão feliz passava com um trio elétrico e membros do clero pela madrugada carioca, os que na Lapa estavam foram primeiramente atraídos por terem sido surpreendidos e, em seguida, pela animação que os jovens transmitiam.

E quem estava lá pôde ver. E eu vi… Vi jovens saírem ao encontro de pessoas que nem conheciam para falar do amor de Deus… Pra dizer que “rezar é legal”.

Vi um turista americano perguntar quantas cervejas alguns rapazes da procissão tinham bebido para estarem tão alegres. E ouvi a simples resposta: “A gente não precisa de álcool e nem de drogas para ficar alegre. A gente tem Jesus no coração!”…

Vi gente que, de oba-oba, entrou no meio da procissão só para fazer algazarra, e que ficou quebrada porque ainda assim foi acolhida com um abraço e com expressões como “seja bem-vindo”, “se alegre com a gente porque ser de Deus vale a pena”… E notei que essas pessoas acompanharam a procissão até o Santuário Nacional de Adoração Perpétua, onde os jovens se mantiveram em vigília de oração até 6h da manhã de sábado.

Vi muita gente parando de cantar os ritmos seculares para rezar algumas vezes, junto com a procissão, a Ave- Maria…

E teve até uma senhora, que, com os olhos cheios d´água, tocou no meu ombro e me perguntou: “vocês são católicos?” Ao ter certeza do que já imaginava exclamou: “Meu Deus, eu já tive uma fé viva assim, era praticante… O que aconteceu comigo?” E antes que eu pudesse responder, uma menina que estava próxima de nós, prestando atenção à conversa, a convidou: “Volta! Sempre é tempo!”…

Vi jovens falando por gestos sobre o amor de Deus até mesmo para quem estava na sacada dos prédios…

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Em uma hora e vinte minutos de caminhada, vi uma juventude incansável, pró-ativa, feliz e desejosa de evangelizar… Vi a vivacidade da igreja jovem carioca…

Vi que naqueles lábios e naquela forma de expressão tão jovem e simples da fé a Igreja estava sendo atraente aos que estão fora dos seus muros. Atraente de um jeito talvez não compreensível… Mas nem por isso menos importante ou menos belo…

Aquela alegria e empolgação marcaram muito positivamente a noite carioca da Lapa. E não posso negar que me senti privilegiada por não ser da grande imprensa… Porque eu vi! E ouvi! E senti! (EPC)

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